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Parceria

UFU e IFTM monitoram a população do mosquito Aedes aegypti

Extensão e pesquisa andam lado a lado nesta empreitada de anos, que conta com bolsas para estudantes do ensino superior e básico

Publicado em 22/09/2023 às 15:02 - Atualizado em 27/09/2023 às 14:39

Coleta sendo realizada em um dos pontos fixos no campus Santa Mônica. (Imagem: Gabriela Pina)

O Aedes aegypti é um velho conhecido da população brasileira. Mosquito encontrado, principalmente, em regiões tropicais e subtropicais, é famoso por ser o principal vetor de doenças, tais como dengue, chikungunya, zika e febre amarela. Essas arboviroses, como são chamadas as doenças infecciosas transmitidas para humanos por meio de picadas de mosquitos, aranhas e carrapatos, são a razão pelo qual o controle da população do Aedes aegypti é uma questão tão grave de saúde pública.

Desde 2003, o professor João Carlos de Oliveira, da Escola Técnica de Saúde da Universidade Federal de Uberlândia (Estes/UFU), lidera um monitoramento do mosquito, tanto do Campus Santa Mônica da UFU quanto, depois, no Campus Uberlândia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM). O que começou como projetos de pós-graduação, desenvolvidos durante o período de mestrado e doutorado do professor, se tornou um projeto de extensão com contribuição de alunos da graduação, pós e também do ensino básico. 

 

A imagem mostra duas estudantes examinando larvas de mosquitos

 

O monitoramento ocorre com o do acompanhamento semanal de ovitrampas, que são uma metodologia (também de combate) que permite mapear a presença do mosquito, principalmente as fêmeas da espécie. Isso porque é feito a partir da contagem de ovos. O equipamento em si consiste em pequenos recipientes, geralmente vasos de plantas perfurados lateralmente, que simulam um ambiente propício para a procriação do Aedes aegypti. Também coloca-se dentro deles uma palheta de madeira rugosa, onde os ovos são depositados e levados para amostragem.

Além da análise in loco da situação de cada ponto de vistoria e da coleta de dados, como a quantificação da água, medições de temperatura e umidade relativa utilizando termômetros analógico e digital, realiza-se a coleta das palhetas, que são posteriormente analisadas em laboratório. Na segunda etapa do processo de monitoramento, essas palhetas são colocadas sob lupas microscópicas para a contagem de ovos viáveis, eclodidos e danificados. Depois, são colocadas nos chamados “mosquitários” para a supervisão do ciclo do Aedes aegypti.

“A finalidade é monitorar a presença ou não dos vetores e realizar mobilização social para que as pessoas entendam a importância da Vigilância Ambiental e dos cuidados com a Saúde Ambiental”, afirma o professor Oliveira, defensor da utilização de estratégias de Educação Popular em Saúde. E parte desta iniciativa inclui a participação de alunos do ensino básico, como é o exemplo de Jaciara Ferreira, estudante do segundo ano do ensino médio da rede estadual e bolsista PIBIC (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica) há um ano. “Participar do projeto e contribuir para a pesquisa e ações práticas de combate a esse vetor de doenças foi gratificante e proporcionou um profundo senso de propósito. A troca de conhecimentos e a colaboração com outros envolvidos no projeto foram fundamentais”, relata a secundarista.

 

A imagem mostra uma pesquisadora e um pesquisador fazendo registros em campo
Ferreira e Oliveira, em conjunto com outros discentes e tutores, em uma visita ao Campus Uberlândia do IFTM. (Imagem: Gabriela Pina)

A parceria entre a UFU e o IFTM, que começou por volta de 2010, se dá a partir de editais e conta com a colaboração de professores e técnicos de ambas as instituições. Desde então, as atividades seguiram com ampliações no escopo do projeto, com alunos bolsistas, oriundos tanto do ensino federal quanto da rede estadual e municipal, a partir de chamadas públicas e editais. A equipe participa de diversos eventos e operações dentro e fora da universidade, como relembra Oliveira: “já tivemos atividades, de 2017 a 2019, na Associação de Recicladores e Catadores Autônomos (ARCA), assim como projetos em escolas municipais de Uberlândia e região”.

Experiências como essas são, com efeito, componentes do valor contido na participação em projetos de extensão e pesquisa, tanto para alunos do ensino básico quanto para os discentes do superior. O professor elabora que é uma oportunidade que nem todos os estudantes acessam, “no sentido de vivência e experiência fora do seu cotidiano, como forma de entender as possíveis relações entre ensinar, conhecer, aprender, por meio de informações e comunicação”. Assim, o tripé do sistema de universidades públicas - ensino, pesquisa e extensão - segue sendo a base para o desenvolvimento da ciência e da retribuição para a sociedade. 

Agora, se você quer saber mais sobre como controlar o surgimento de criadouros, acesse conteúdos sobre o tema aqui e aqui.

 

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Palavras-chave: dengue pesquisa parceira UFU IFTM Aedes mosquito

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