Índio ou indígena?

O Museu dos Povos Indígenas da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), antigo Museu do Índio (Musíndio), comemorou na sexta-feira (27/10) seu 36º aniversário. O Museu, que recentemente teve seu nome alterado, também está em processo de mudança de sede. As reestruturações marcam uma nova fase do local, que busca promover a manutenção e a proteção dos povos indígenas.

Em 1987, teve início o processo de criação do Museu, a partir da doação de uma grande coleção de artefatos indígenas para o Instituto de História (INHIS) da UFU. Houve, então, a necessidade de organizar a coleção, entender sua composição e importância cultural. Nesse momento, a atual coordenadora do Museu, Lídia Meirelles, foi chamada para integrar o projeto, que se estruturou ao longo dos anos até o que conhecemos hoje.

Mudança de local

O Muíndio abre suas portas pela primeira vez no bairro Lídice. Porém, devido a fatores como falta de verba e espaço, fruto da expansão do museu, ele sofreu outras mudanças de local. Passou, inclusive, pelo bloco 1Q da UFU, o antigo Mineirão, que está em processo de tombamento. Essas realocações levaram a onde está hoje (rua Vitalino Rezende do Carmo, 116) e levarão à nova sede, na antiga Reitoria, rua Duque de Caxias.

A mudança atual, segundo Lídia Meirelles, se deve a muitas razões. Entre elas, o alto custo do aluguel do local anterior, além do fato de se tratar de um prédio que não é propriedade da UFU. A nova localização, por sua vez, pretende promover um vínculo direto e aproximar o Museu da Universidade, inclusive fisicamente.  “Nós vamos estar no hipercentro da cidade, o que aumenta as perspectivas de público espontâneo, aquela pessoa que está passando e decide visitar”, complementa a coordenadora.

Além disso, o novo local, segundo a coordenadora, foi escolhido também por se tratar de um espaço amplo e sem interferências relacionadas à arquitetura, sendo, por isso, ideal para exposições. Ela acrescenta, ainda, que a data de inauguração da nova sede ainda não foi definida e a mudança ainda está em processo.

Renomeação

Esse ano, juntamente com a mudança de local, o Museu também passa por uma alteração em seu nome. O antigo Museu do Índio passará a se chamar Museu dos Povos Indígenas, em consonância com a demanda do movimento, a fim de reconhecer e abarcar a pluralidade e diversidade das etnias. Isso, tendo em vista que o termo “índio” é hoje considerado ultrapassado e pouco abrangente nessa questão.

Buscando se adequar à nova realidade, outras organizações e fundações também realizaram essa alteração. É o caso da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), antiga Fundação Nacional do Índio, e também do Ministério dos Povos Indígenas. Para Meirelles, tal movimento “retrata uma prática de valorização da diversidade e dos povos em si, transformando-os em protagonistas das ações que desenvolvemos”. 

Sobre o prédio

O Musíndio integra o Sistema de Museus da UFU e é vinculado à Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PROEXC/DICULT). Ele conta com amplo acervo, composto por cerca de 2.500 objetos histórico-culturais da cultura indigena, além de realizar palestras, oficinas e campanhas que promovem e evidenciam o protagonismo dos povos indígenas. Atualmente, seu endereço é rua Vitalino Rezende do Carmo, 116, no bairro Santa Maria.

Programação

O Museu dos Povos Indígenas da UFU (Musíndio), atualmente, está fechado para agendamento de grupos, mas aberto para público espontâneo. Sua entrada é gratuita e seus horários de funcionamento são:

• Segunda a sexta-feira: 8h às 12h e das 13h30 às 17h30.

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