Robótica descomplicada: conheça o programa de extensão RoboPatos

O cenário de robótica segue um crescimento exponencial no Brasil. O número de robôs no país aumentou mais de 1000% em cinco anos, passando de 60 mil, em 2019, para 671 mil, em 2023, de acordo com o Mapa do Ecossistema Brasileiro de Bots. Já nas competições, segundo o portal de notícias do Serviço Social da Indústria (Sesi), referência no uso da robótica em conjunto com a educação, já se acumulam mais de 100 prêmios nacionais e internacionais na área. 

Dentro da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), a área da robótica também tem se destacado. Atualmente, no Campus Patos de Minas, o programa de extensão RoboPatos, que anteriormente tinha a dimensão de projeto, conseguiu ampliar suas ações a partir da extensão, criando uma união com a comunidade na busca da acessibilização e do ensino da robótica, além de atrair mais pessoas aos cursos de engenharia. 

O professor e coordenador do programa, Daniel Ramos, conta que o intuito inicial do programa foi a divulgação dos projetos que eram feitos na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Telecomunicações, mas foi com o auxílio de iniciativas de fomento, como do Programa de Extensão Integração UFU/Comunidade (Peic) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), que as atividades começaram a se expandir: “Queríamos tentar mostrar o que existe atualmente no campo da robótica para as pessoas não ficarem com aquela visão de que é só coisa de filme. A ideia é justamente mostrar no cotidiano o que pode ser aplicado, e os benefícios que podem advir desse campo”, relata o coordenador.

Uma das estratégias do programa são as postagens no site e no Instagram, que buscam, a partir de uma linguagem fácil e acessível, compartilhar com a comunidade as inovações na área da robótica e os Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) e as Iniciações Científicas (IC) dos estudantes da UFU. Essas ações de divulgação da ciência nos meios digitais objetivam dialogar com a comunidade como um todo, em busca, principalmente, de desvelar o ideário de que a ciência e robótica são inacessíveis e despertar  a curiosidade em assuntos tidos como complexos.

A robótica e o mercado de trabalho

Apesar de a robótica estar em processo de desenvolvimento acelerado em todo o mundo, um dos empecilhos encontrados na realidade local é a falta de profissionais qualificados para o mercado de trabalho. Em contraposição a isso, iniciativas do RoboPatos, como a participação em eventos escolares e a ministração de minicursos, vêm conseguindo atrair cada vez mais estudantes para a área.

Um exemplo disso é o caso de Andreus Saldanha, que esteve no evento “Vem Pra UFU” quando estava cursando o segundo ano do ensino médio e assistiu às apresentações dos robôs construídos pela RoboPatos, e, a partir deste primeiro contato, teve despertado o interesse pela robótica e decidiu cursar Engenharia Eletrônica e de Telecomunicações na UFU.

Hoje, no nono período, ele atua como bolsista no programa que, inicialmente, propulsionou sua curiosidade na área. Saldanha destaca a importância vital dos programas de extensão para conseguir desenvolver novos talentos e interesses: “Com o cenário atual da educação, frequentemente, alunos que querem aprender mais sobre robótica não possuem essa chance, o que possivelmente limita o potencial da pessoa ou, pelo menos, atrasa seu desenvolvimento. Com esses projetos, podemos acudir essa demanda, talvez até criando futuros engenheiros e pesquisadores pro Brasil.”

O programa também busca, entre os estudantes da Engenharia Eletrônica e Telecomunicações, materializar as teorias aprendidas dentro da sala de aula a partir da construção dos robôs que, futuramente, poderão ser aplicados em pesquisas e no mercado. Algumas das produções feitas pelos alunos foram: minidrones para pesquisas, robôs para detecção de vazamentos de gás, robôs mapeadores e braços robóticos.

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