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Parceria

Professor da UFU explora solos do Ártico em pesquisa inédita

Estudo é uma parceria com a UFV e monitora diferentes camadas da Terra

Publicado em 10/07/2024 às 10:02 - Atualizado em 10/07/2024 às 11:02

Eduardo Senra atuou na camada do subsolo da crosta terrestre que está permanentemente congelada. (Foto: arquivo pessoal)

Entre os dias 7 e 20 de junho, o Núcleo Terrantar realizou a primeira expedição ao Polo Norte, com a participação do professor Eduardo Senra, do Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). A expedição é um marco na ciência polar brasileira que, além da Antártica, agora inclui o Ártico. O projeto é coordenado pelos professores da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Carlos Schaefer e Márcio Francelino, que pesquisam as áreas frias da Antártica e Região Andina desde 2003.

A expedição, que contou com a parceria da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, instalou os primeiros sítios de monitoramento do permafrost, camada do subsolo da crosta terrestre que está permanentemente congelada, e da camada ativa, que é aquela capaz de se descongelar. O estudo está sendo feito na Groenlândia, com sensores de temperatura e umidade do solo, além de sensor de dióxido de carbono (CO2) e transmissor via satélite. 

O grupo foi dividido em duas duplas: os professores Senra e Francelino focaram na região de Kangerlussuaq, estudando solos e o permafrost, enquanto o professor Schaefer e o discente da UFV, Alex Pinheiro, atuaram na região de Nuuk, parte mais ao sul da Groenlândia, estudando antropossolos Vikings que têm mais de mil anos.

Senra e Francelino durante a expedição
Senra e Francelino durante a expedição. (Foto: arquivo pessoal)

Senra explica que os sensores coletam e armazenam dados com transmissão via satélite para acompanhamento remoto. “Permafrost é a camada que fica permanentemente congelada, ela tem grande importância porque ela está acoplada com a temperatura da atmosfera e tende a descongelar em cenários de aquecimento global. Consequentemente, irá emitir mais CO2 para a atmosfera, daí a importância de medir a emissão desse gás também”, completa o professor.

O projeto está em franca expansão para a região da Cordilheira dos Andes e áreas do Polo Norte, onde novas tecnologias vêm sendo testadas. “Os pesquisadores da UFU têm assumido cada vez mais importância na coordenação e execução dos trabalhos, além do envolvimento de alunos de pós-graduação da UFU”, destaca Senra. No final de julho, uma nova expedição irá desenvolver trabalhos na região de Cusco, no Peru.

Foto de solos congelados no Ártico
Ecossistemas congelados é foco de estudo do núcleo. (Foto: arquivo pessoal)

Núcleo Terrantar

O Núcleo Terrantar se formou há 20 anos, buscando investigar o funcionamento e a complexidade dos ecossistemas terrestres da Antártica. Ele é formado por pesquisadores da UFV e instituições parceiras do Brasil, como a UFU, e do exterior.

O projeto tem como objetivo realizar estudos voltados à caracterização das propriedades físicas, químicas, biológicas e mineralógicas dos solos da Antártica, bem como as relações deles com os outros elementos, como geomorfologia, geologia, vegetação e fauna.

 


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