Pular para o conteúdo principal
ARTES CÊNICAS

Peça de teatro aproxima clássico grego e relatos sobre repressão sexual

Resultante de iniciação científica, 'O amor que não ousa dizer seu nome…' terá apresentações gratuitas nos dias 14, 15 e 21 de setembro, no Campus Santa Mônica da UFU

Publicado em 13/09/2024 às 16:47 - Atualizado em 23/09/2024 às 09:17

Peça foi concebida por Guilherme Pimentel como uma performance a partir de relatos anônimos de pessoas LGBTQIA+. (Foto: Amanda Bianco)

 

Neste sábado (14), às 20 horas, estreia a peça “O amor que não ousa dizer seu nome…”. Serão três apresentações gratuitas, abertas ao público, na Sala Interpretação do Instituto de Artes da Universidade Federal de Uberlândia (Iarte/UFU), Bloco 3M. As outras sessões acontecem em 15 de setembro, às 18 horas; e em 21 de setembro, às 20 horas.

O espetáculo se caracteriza como uma performance que aproxima o texto de “As bacantes” – tragédia grega escrita pelo dramaturgo Eurípides (485-406 AEC) que conta uma história de Dioniso – a relatos sobre repressão sexual vivenciada pela população LGBTQIA+ na contemporaneidade.

As apresentações marcam a conclusão da pesquisa de iniciação científica do estudante de Artes Cênicas Guilherme Pimentel, responsável pela concepção e atuação do experimento cênico, dirigido pela professora orientadora Renata Kamla, do Iarte/UFU, no âmbito do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic-UFU). O trabalho também foi contemplado pelo Programa de Excelência em Pesquisa (PEP-UFU), que incentiva projetos da instituição classificados com maior potencial para produção de conhecimentos e produtos.

Arte de divulgação da peça
(Imagem: Divulgação)

Processo de pesquisa

O estudante comenta que a ideia da pesquisa surgiu assim que ingressou na universidade, quando cursou uma disciplina chamada “Transformações das Tradições Teatrais Clássicas”, que apresenta as teorias e adaptações da poética teatral oriunda da cultura ocidental.

“Nessa disciplina, eu fiz um seminário sobre a peça ‘As bacantes’, de Eurípides, com foco em um personagem chamado Penteu, que era rei de Tebas e proíbe o culto a Dionísio, e ele é morto por Dioniso. A pesquisa se direciona para a causa da morte dele nessa narrativa, e eu sigo uma linha de pesquisa que fala que a causa da morte dele é essa vontade, esse desejo, o amor reprimido por Dioniso”, relata o estudante.

Com base nessa hipótese, o estudante passou a buscar outras formas contemporâneas de repressão sexual vivenciadas pela população LGBTQIAPN+, o que fez por meio de um questionário anônimo. “O objetivo era trazer relatos sobre os sistemas de poder que tentam apagar a nossa existência. E aí as pessoas trouxeram relatos sobre questões relacionadas ao mercado de trabalho, ao peso da religião, o papel da família, o lugar da escola”, detalha Pimentel. Esses relatos fazem parte da peça.

No processo de pesquisa, o bolsista teve como referência os estudos do pesquisador Kenneth Dover sobre as manifestações da homossexualidade na Grécia Antiga e buscou uma visão contemporânea trazida pelo escritor brasileiro João Silvério Trevisan na obra ‘Devassos no paraíso’. “A pesquisa também tem um intuito autobiográfico, tendo como referência a escrita autobiográfica performativa teorizada pela [dramaturga] Janaína Fontes Leite”, acrescenta.

Foto do ator em cena
Ensaios abertos fizeram parte do processo de pesquisa e concepção de Pimentel. (Foto: Amanda Bianco)

Além das apresentações do experimento cênico na UFU, Pimentel discutirá os processos e resultados de sua pesquisa em congressos acadêmicos da área ainda neste ano, em setembro, na XII Reunião Científica da Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Artes Cênicas (Abrace 2024), e em novembro, no V Encontro Latino-Americano de Investigadores(as) sobre Corpos e Corporalidades nas Culturas.


 

Sobre a peça

 

“O AMOR QUE NÃO OUSA DIZER SEU NOME…”

Gênero: Performance / Experimento cênico

Duração: 45 min

Local: Sala Interpretação do Instituto de Artes da UFU (Bloco 3M)

Horários: 14 de setembro, às 20 horas; 15 de setembro, às 18 horas; 21 de setembro, às 20 horas.

Evento gratuito e aberto ao público

 

Ficha Técnica:

Direção e orientação: Renata Kamla

Concepção e atuação: Guilherme Pimentel

Dramaturgia: Autoral, inspirado em “As bacantes”, de Eurípedes e recortes de depoimentos anônimos

Direção de movimento: Maitê Máximo

Design de som: CX Martins

Operação de som: Gabriela Rufina e Raffaela Haziel

Produção: Guilherme Pimentel, Gabriela Rufina e Raffaela Haziel

Concepção e atuação da luz: Júlia Ceneda

Fotografia: Camila Branco Ribeiro e Amanda Bianco

Figurino: Lara Puccinelli

Maquiagem: Bru Garcia

Cenário: Guilherme Pimentel

Design gráfico: Rafaella Haziel

Apoio: Grudub - Grupo de dublagem

Depoimentos: Anônimos

 

Apoio:

Curso de Teatro 

Laboratório de Interpretação e Encenação (LIE)

Laboratório de Indumentária, Cenografia e Adereços Cênicos (Lica)

Laboratório Audiovisual de Artes Cênicas (Laacenicas)

Programa de Excelência em Pesquisa (PEP)

Instituto de Artes (Iarte)

Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

 

 

Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.

 

Palavras-chave: pesquisa Artes Cênicas teatro LGBT+

A11y