Pular para o conteúdo principal
Evento

Por uma educação pública mais sensível e acolhedora

Encontro Nacional do FNDE e Cecampes volta os olhares e diálogos para a educação pública, indígena e antirracista

Publicado em 29/11/2024 às 12:36 - Atualizado em 29/11/2024 às 19:20

Evento também contou com transmissão ao vivo, via YouTube. (Foto: Milton Santos)

Durante esta quinta-feira (28/11), aconteceu no auditório do Bloco 5S do Campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) o II Encontro Nacional do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e Centro Colaborador de Apoio ao Monitoramento e à Gestão de Programas Educacionais (Cecampe). O evento, organizado pelo grupo do Cecampe Sudeste, sediado na UFU, contou também com a parceria da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc).  

O encontro reuniu representantes de todo o país e teve como objetivo dialogar e compartilhar reflexões sobre a contribuição dos Cecampes no fortalecimento do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), suas ações integradas e a melhoria da educação básica, pensando também num ambiente mais acolhedor, sensível e, principalmente, na educação indígena e antirracista. 

Participaram da solenidade de abertura o vice-reitor da UFU, Carlos Henrique Martins; a coordenadora-geral do Desenvolvimento e Melhoria da Escola (CGDME/FNDE), Fernanda Vilela; a coordenadora das Políticas de Manutenção e Desenvolvimento Escolas (Comde/FNDE), Amanda Maia; a coordenadora de Monitoramento, Avaliação e Apoio à Gestão (Comag/FNDE), Hilda Pereira; o coordenador institucional do Cecampe Sudeste, Cairo Katrib; a do Cecampe Nordeste, Adriana Diniz; i do Cecampe Centro-Oeste, Moises Balestro; a do Cecampe Sul, Maria Goreti Machado; e o do Cecampe Centro-Oeste Avaliação, Paulo Jannuzzi.  

Autoridades presentes na mesa de abertura
Equipes dos Cecampes e do FNDE também tiveram programação fechada nesta sexta-feira, dia 29. (Foto: Milton Santos)

Ao longo das palestras com as temáticas “Olhares para a equidade racial e para a educação pública: sensibilização e acolhimento”, “Diálogos entre PDDE e Educação Indígena” e “Diálogos entre PDDE e Educação Antirracista”, o encontro contou, respectivamente, com as presenças do professor Natanael dos Santos e quinteto Griô Educacional; de Josué Carvalho, indígena do povo Kaigang e consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no FNDE na área do PDDE; e de Iêda Leal, liderança do Movimento Negro Unificado (MNU). 

 

A informação é o caminho 

“Isso é algo que todos nós deveríamos conhecer” e “Isso é nosso” foram frases por muitas vezes repetidas pelo palestrante, Natanael dos Santos, no primeiro encontro temático do dia. Ele, que é historiador, autor, escritor, ator, diretor artístico e palestrante, desenvolve trabalhos no campo da historiografia africana desde 1983. Membro fundador e coordenador do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade de Campinas (Unicamp), Santos também compõe o Núcleo de Estudos Preconceitos e Intolerância, fundou o Núcleo de Estudos da África (Nigèria) - da Universidade Feevale, de Novo Hamburgo (RS) - e é colaborador da Associação Liberdade Canto e Dança. 

“Os nossos ancestrais vieram para o Brasil e nós não temos conhecimento da nossa cultura, da nossa herança tão maravilhosa, e nós não sabemos nada dela”, argumentou o palestrante, enquanto apresentava sua vestimenta oriunda da Etiópia e os sapatos da Nigéria. Ele comentou que, mesmo o traje sendo de gala e comum em regiões da África, se alguém usá-lo no Brasil, logo associarão a pessoa a um pai de santo. "Isso é consequência da falta de informação, aquela que é a melhor ferramenta contra o preconceito", sublinhou. 

Vestido com trajes africanos, professor Natanael dos Santos fala durante a palestra
O chapéu também é etíope e confeccionado a fios de ouro. (Foto: Milton Santos)

Ainda durante a palestra, o professor fez questão de mostrar outras vestimentas culturais do povo africano, explicar a origem e importância de cada uma delas; refletiu sobre a formação de crianças negras, que muitas vezes são ensinadas a limitar a própria cultura e traços negros para se protegerem do racismo; e, com o apoio do quinteto Griô Educacional, apresentou músicas e instrumentos que também são de origem africana. 

“A gente precisa ter reconhecimento. Não quero agora, dia 20 de novembro, [as pessoas nas escolas dizendo] ‘ah, vamos fazer dança afro’. Não! Eu quero o ano inteiro. [...] Falta empoderamento. Falta informação. A gente derruba o preconceito desse jeito. [...] Nós não somos escravos. Somos escravizados pelo conhecimento”, conclamou o historiador. 

Confira, abaixo, a cobertura fotográfica especial assinada por Milton Santos:

 

Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU. 

 

Palavras-chave: Educação básica FNDE Cecampe educação indígena Educação Antirracista

A11y