Janeiro acaba! O compromisso com a saúde mental continua

O calendário vira a página, e janeiro se despede, levando consigo a efervescência da campanha Janeiro Branco. É comum que a saúde mental ganhe os holofotes nesse período, com debates e reflexões. Mas, e se a gente virasse a página de novo? E se, em vez de encerrar o assunto, mantivéssemos a chama acesa? É com essa perspectiva que seguimos, mostrando que a atenção à saúde mental não tem prazo de validade, e que o compromisso continua, mesmo após o último dia do mês.

Na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), essa conscientização é encarada com seriedade, traduzindo-se em ações de apoio aos estudantes promovidas pela Divisão de Saúde do Estudante (DISAU) ao longo de todo o período letivo. 

Com o objetivo de trazer mais informações sobre o tema, conversamos com Polyana Alvarenga Matumoto, psicóloga da DISAU, que nos explica a campanha Janeiro Branco e as ações da universidade para o cuidado com a saúde mental dos estudantes. A entrevista completa está disponível abaixo.

1. Qual é a importância da campanha Janeiro Branco para a conscientização sobre a saúde mental, especialmente entre os estudantes? 

Polyana - A criação da campanha Janeiro Branco em 2014 demonstra como a saúde mental tem ganhado espaço e relevância nos últimos anos em todos os contextos da sociedade. Apesar de ela cumprir um papel importante para dar voz a esta pauta no mês em que todos repensamos nossos hábitos e definimos resoluções para o ano que se inicia, é essencial pensar e agir em prol da saúde mental o ano todo. No contexto universitário, investir na saúde mental é especialmente importante, pois pesquisas mostram que a capacidade de aprendizado está relacionada com o estado afetivo do estudante. Além disso, o estudante é, antes de mais nada, uma pessoa que tem necessidades básicas e sociais que precisam ser atendidas para uma vida plena, e a saúde mental é um dos eixos principais do bem-estar integral. 

2. Quais são os principais desafios que os estudantes enfrentam em relação à saúde mental, e como o setor de apoio da universidade pode ajudar a superá-los? 

Polyana - São muitos os desafios que os estudantes enfrentam quando o foco é a saúde mental. De excesso de atividades e tarefas à falta de tempo para o autocuidado; de dificuldades acadêmicas à relações pessoais em todas as esferas da vida, seja no contexto universitário seja na vida íntima. A Divisão de Saúde do Estudante da Pró-reitoria de assistência estudantil tem como missão apoiar os estudantes através de diferentes ações e serviços no sentido de contribuir para uma maior qualidade de vida no contexto universitário, seja por meio de ações e grupos psicoeducativos, seja por meio de eventos temáticos, seja por meio do atendimento de demandas oriundas das próprias unidades acadêmicas, seja por meio dos acolhimentos e orientações ofertados, tanto no formato presencial quanto online. 

3. Você poderia compartilhar algumas estratégias ou práticas que os estudantes podem adotar para cuidar melhor da sua saúde mental ao longo do ano? 

Polyana - Sempre que eu converso com os estudantes, uma queixa comum é “falta de tempo para se cuidar”. Eu entendo que a vida universitária pode ser difícil e repleta de desafios. Porém, eu sempre os convido à seguinte reflexão: “se você não estiver bem, não adianta ter tempo de fazer o trabalho, você não conseguirá fazer o trabalho independente do tempo que tenha... se você estiver bem, conseguirá fazer o trabalho, independente do tempo que tenha...” Assim, a principal estratégia é: se cuide. Faça coisas que te dê prazer, que te ajude a recarregar, tenha hobbies saudáveis, vá conversar com os amigos, tomar um sorvete ou brincar com o cachorro. Faça exercícios físicos regulares! Ser feliz deve fazer parte da trajetória universitária. 

4. Como o setor de apoio está estruturado para atender os estudantes que buscam ajuda? Quais serviços e recursos estão disponíveis para eles? 

Polyana - O foco da Divisão de Saúde do Estudante é o desenvolvimento de ações que promovam a saúde mental e ajudem os estudantes a desenvolverem estratégias de enfrentamento e coping. Durante todo o ano, ofertamos cursos de formação, grupos temáticos e eventos psicoeducativos com o objetivo de atingir o maior número de estudantes possível. Além disso, estamos sempre abertos à propostas e demandas oriundas da própria comunidade universitária. Desse modo, poderemos atender a questões específicas e que de fato contribuam com a realidade do estudante. Docentes, coordenações de curso, entidades estudantis e os próprios discentes podem nos procurar para, juntos, construirmos soluções e propostas que somem com a nossa comunidade. O diálogo entre todas as instâncias institucionais é essencial para o cuidado integral ao estudante que interage com todas elas. Além disso, oferecemos acolhimento e orientação psicológica, em formato de plantão, tanto presencialmente na DISAU quanto online por meio do projeto PROTEGER-SE. 

5. Quais sinais indicam que um estudante pode precisar de apoio psicológico, e como ele pode dar o primeiro passo para buscar ajuda? 

Polyana - Todo mundo precisa de apoio psicológico. Todo mundo precisa de ajuda em algum momento, e está tudo bem. Quanto mais cedo normalizarmos isso, mais cedo teremos uma relação saudável com nós mesmos, com o outro e com o mundo. Em termos clínicos, você deve ficar muito atento se o seu “funcionamento normal” está prejudicado. Você não está conseguindo fazer coisas, ou sentir coisas, que anteriormente eram comuns pra você? Se a resposta é sim, procure ajuda. Se está doendo e essa dor não tem causa física, procure ajuda. Se você está com dificuldades e não sabe como superá-las, procure ajuda. Essa ajuda, inicialmente, não precisa vir só de profissionais. Você pode pedir ajuda a um amigo, a um professor, a um técnico, a qualquer pessoa que confie e que esteja disposto a te acolher. O que importa é dar o primeiro passo é saber que se cuidar é um direito e um dever. E, principalmente, vocês não estão sozinhos. Sempre faremos o que for possível para ajuda

Apoio institucional

O Janeiro Branco é um lembrete poderoso da importância da saúde mental, mas é apenas o começo de um compromisso contínuo. A UFU, através da DISAU, está empenhada em manter essa pauta viva durante todo o ano, oferecendo suporte e recursos para que os estudantes possam enfrentar os desafios da vida universitária com resiliência e equilíbrio (veja abaixo material produzido pela DISAU).

A mensagem é clara: cuidar da saúde mental é um compromisso diário, e a comunidade universitária não está sozinha nessa jornada. 

Precisa de apoio? Confira como acessar a Disau:

Divisão de Saúde no Campus Santa Mônica

Av. João Naves de Ávila, 2121 - Bloco 3E - Sala(s) 125 - Bairro Santa Mônica - Próxima ao Instituto de Artes (IARTE)

disau@proae.ufu.br

34 3230-9558 / 3230-9558

Atendimento em outros campi: 

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• Patos de Minas
• Pontal

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