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Economia

Boletim do Cepes/UFU aponta cenário fiscal desafiador em Uberlândia

Análise detalhada do 6º bimestre de 2024 revela queda na disponibilidade de caixa, déficit primário persistente e aumento do endividamento, exigindo atenção redobrada na gestão dos recursos públicos

Publicado em 13/03/2025 às 11:59 - Atualizado em 14/03/2025 às 09:03

Equilíbrio orçamentário é desafio para a Prefeitura de Uberlândia, aponta análise do Cepes/UFU. (Foto: divulgação Prefeitura de Uberlândia / Arte: Canva)

 

Será que a saúde financeira de Uberlândia está em risco? Onde o dinheiro público está sendo investido? O endividamento do município aumentou? As respostas para estas e outras perguntas estão no Boletim de Indicadores de Finanças Públicas de Uberlândia – 6º Bimestre de 2024, recém-publicado pelo Centro de Estudos, Pesquisa e Projetos Econômico-sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU). O estudo apresenta um panorama abrangente da situação fiscal do município, fornecendo informações importantes para o acompanhamento da gestão pública.

Ao analisar indicadores como endividamento, disponibilidade de caixa, despesas com pessoal e investimentos setoriais, o documento proporciona uma visão clara e objetiva da saúde financeira de Uberlândia.

"O dinheiro disponível em caixa é um bom termômetro da situação financeira da Prefeitura. Desde 2023, essa condição piorou bastante e agora exige atenção", alerta o economista Tarcísio Fernandes de Paula, um dos responsáveis pelo estudo. 

"Atualmente, há recursos suficientes para cobrir 1,6 meses de despesas, mas, se esse número cair para menos de 1 mês, pode haver dificuldades para pagar funcionários e fornecedores em dia. Isso significa que o município precisa buscar equilíbrio entre receitas e despesas para evitar atrasos e garantir o bom funcionamento dos serviços públicos", explica o pesquisador do Cepes/UFU.

 

Sinais de alerta

O boletim referente ao 6º bimestre de 2024 revela um cenário fiscal que demanda atenção redobrada por parte dos gestores e da sociedade:

  • Déficit primário persistente: pelo segundo ano consecutivo, Uberlândia registra déficit primário (-4,8% das despesas em 2024), sinalizando desequilíbrio entre receitas e despesas (excluindo encargos da dívida);
  • Endividamento em alta: após período de redução, a dívida consolidada líquida voltou a crescer, alcançando 24,4% da Receita Corrente Líquida (RCL), revertendo parcialmente a trajetória de queda observada desde 2021;
  • Arrecadação: a arrecadação própria do município, proveniente de impostos e taxas locais, manteve-se estável, representando 55% do total das receitas;
  • Despesas com pessoal: a inclusão de despesas com pessoal terceirizado elevou os gastos com pessoal a 48% da RCL, aproximando-se dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (Alerta: 48,6%, Prudencial: 51,3%, Máximo: 54%).

 

Metodologia

O estudo do Cepes/UFU utiliza dados extraídos do Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro (Siconfi), mantido pela Secretaria do Tesouro Nacional. A metodologia envolve a coleta automatizada desses dados por meio de um sistema ("crawler") desenvolvido pelo órgão da UFU, garantindo a confiabilidade e a precisão das informações.

Os resultados apresentados são um resumo dos principais pontos do boletim. Para uma análise aprofundada e completa da situação financeira de Uberlândia, recomenda-se a leitura integral do documento, disponível no site do Instituto de Economia e Relações Internacionais da UFU.

 

 

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Palavras-chave: Boletim de Indicadores de Finanças Públicas de Uberlândia CEPES Uberlândia Economia

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