Publicado em 13/03/2025 às 07:34 - Atualizado em 13/03/2025 às 13:45
Nos dias 31 de março e 1º de abril, acontece o II Simpósio de Memória e Reparação, com o tema “Verdade universitária e políticas de memória”. O evento é organizado pelo projeto de pesquisa e extensão Observatório de Memória e Reparação, da Universidade Federal de Uberlândia (OMR/UFU), com apoio do projeto Memoriar e do Núcleo de Pesquisas e Estudos em Direitos Humanos (Nupedh/UFU). O simpósio tem como propósito lembrar dos crimes cometidos durante o Regime Militar Brasileiro para que eles não se percam na história, e também não se repitam.
O OMR surgiu em 2024, por iniciativa das professoras Marrielle Maia, do Instituto de Economia e Relações Internacionais (IERI/UFU), e Neiva Flávia de Oliveira, da Faculdade de Direito Professor Jacy de Assis (Fadir/UFU), com o intuito de receber denúncias e estudar casos de violações de direitos humanos, tanto relacionados ao período da ditadura quanto a outros momentos da história. O objetivo é reivindicar medidas de reparação para esses casos. “O Observatório surge como órgão permanente dessa luta de duas professoras que já estavam ali há muito tempo, querendo fazer algo que tratasse dessa problemática”, explica Beatriz Menezes, integrante do projeto e estudante de Relações Internacionais.
O simpósio foi criado com o propósito de marcar a inauguração do OMR, além de ser uma forma de não deixar que 1º de abril, data que marcou os 60 anos do Golpe Civil-Militar, passasse em branco pelos participantes. Para Ana Luísa Hannickel, estudante de Relações Internacionais e participante do Observatório, o simpósio tem dois objetivos: o primeiro é manter a memória desse período, para que a comunidade em geral não se esqueça do que aconteceu, e o segundo é que, para ela, por meio da memória, seja possível chegar à verdade e assim conseguir justiça.
O projeto é formado por discentes dos cursos de Relações Internacionais, Direito, História e Jornalismo da UFU e, atualmente, pesquisa o projeto “Brasil: Nunca Mais”, um trabalho realizado clandestinamente de 1979 até 1985, que fazia cópias de processos dos tribunais militares que envolviam seções e práticas de tortura de pessoas que eram denunciadas como subversivas. Por meio dessa série de documentos, os integrantes do Observatório buscam entender como Uberlândia se encontra nesses processos e quais são os uberlandenses que foram acusados de terem cometido crimes durante a ditadura militar e sofreram por conta disso.
“Estamos buscando fazer uma listagem de 20 anos para encontrar, tanto dentro da própria UFU quanto dentro da cidade de Uberlândia, os naturais e os moradores daqui da região que sofreram durante a ditadura. E também os uberlandenses que foram levados para outras cidades, como o Rio de Janeiro”, explica Lara Carminate Almeida, integrante do projeto e estudante de Relações Internacionais.
O simpósio acontece no auditório do bloco 3Q do Campus Santa Mônica e a programação conta com palestras, minicurso e um cinedebate sobre o tema deste ano. O evento é aberto a todos e terá emissão de certificados. As inscrições podem ser feitas via formulário virtual. Para mais informações, acesse o Instagram do projeto.
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Palavras-chave: Ditadura Militar Memória simpósios Golpe de 64
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