Ciência ao Pé do Ouvido antecipa fim da 6ª temporada com episódio sobre COP30

Em novembro de 2025, o Brasil vai sediar a 30ª edição da Conferência das Partes (COP30). Essa é a primeira vez que o país vai acolher o evento da Organização das Nações Unidas (ONU), que tem como objetivo implementar, acompanhar e atualizar medidas que diminuam a emissão de gases do efeito estufa para conter o aquecimento global e as mudanças climáticas.

A conferência é o tema do episódio #145 do Ciência ao Pé do Ouvido, podcast de divulgação científica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). No programa, Samara Carbone, docente do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária do Instituto de Ciências Agrárias da UFU, fala sobre mudanças climáticas e a importância do evento promovido pela ONU.

As nações precisam dizer quanto vão reduzir de emissões dos gases do efeito estufa que contribuem para as mudanças climáticas. A intenção é que, até 2050, todos os países alcancem a neutralidade de emissões. “Esse esforço todo é para que o aumento da média de temperatura global fique abaixo de 2ºC. A ideia era 1,5ºC, mas isso já não tem como”, destaca Carbone, lembrando que o índice de aumento médio de 1,5ºC já foi atingido em 2024.

Conforme a Organização Meteorológica Mundial (WMO), os níveis de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, gases que causam o efeito estufa, vêm tendo constante aumento na atmosfera. Com o aquecimento global, ocorre a elevação da temperatura e acidificação dos oceanos, o degelo no Ártico e na Antártida, a subida do nível do mar e a intensificação de eventos extremos, impactando a vida em todo o planeta.

A entrevista está disponível nas principais plataformas de podcast e também aqui no portal Comunica UFU

Falta de recursos encurta temporada

O podcast Ciência ao Pé do Ouvido, produzido pela Divisão de Divulgação Científica (Didic) da Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU), foi lançado em 2020 e suas temporadas, normalmente, vão do início ao fim do ano, de fevereiro ou março a novembro ou dezembro. Já são 145 episódios no ar, além de programas extras.

A sexta temporada, porém, encerra-se nesta terça-feira, 10 de junho, excepcionalmente no meio do ano, devido à falta de recursos financeiros na UFU, que levou à redução das equipes em setores de toda a instituição. 

As universidades vêm sofrendo cortes sucessivos em seus orçamentos desde a implementação da Proposta de Emenda Constitucional nº 95 de 2016, a “PEC do Teto de Gastos”. Até hoje, o orçamento não foi devidamente recomposto. A UFU tem uma dívida acumulada de mais de R$ 27 milhões, que a gestão superior está buscando diminuir. Entre as medidas tomadas, estão as reduções em 25% dos contratos, que levaram à demissão de profissionais terceirizados e remanejamento de equipes.

No grupo que produz o Ciência ao Pé do Ouvido, formado por concursados, terceirizados e estagiários, não houve demissões, mas dois terceirizados e duas estagiárias estão sendo transferidos para outras equipes: o jornalista Túlio Daniel, o responsável pela captação de áudio e vídeo Heuler Reis e as estagiárias de design Thamires Dantas e Maria Medeiros. Além disso, há duas décadas, o Governo Federal vem extinguindo cargos para enxugar sua estrutura, o que impede o lançamento de concursos públicos para jornalistas, por exemplo.

A Didic é apoiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Mas os recursos do projeto aprovado em agosto de 2022, por três anos, foram específicos para compra de equipamentos e pagamento da bolsa da intérprete de Libras, e o projeto está perto do encerramento.

Nos próximos meses, além de se dedicar à produção de matérias para a editoria Comunica Ciência do portal Comunica UFU e à promoção do evento V Comunica Ciência: Encontro de Pesquisadores e Comunicadores, a equipe da Didic, em conjunto com os colegas das demais divisões da Dirco, vai estudar como viabilizar a produção da sétima temporada do Ciência ao Pé do Ouvido.

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