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Economia

Deflação em Uberlândia: Cepes/UFU sinaliza redução de preços em agosto

Mês fecha com -0,15% no índice; quedas em alimentos e energia superam alta do ônibus urbano

Publicado em 16/09/2025 às 11:45 - Atualizado em 22/09/2025 às 17:55

Grupo Alimentação contribuiu para a queda de preços em Uberlândia. (Foto: Canva)

 

O Índice de Preços ao Consumidor de Uberlândia (IPC-Cepes) registrou deflação de 0,15% em agosto. No acumulado do ano, o indicador soma 2,09% e, em 12 meses, 3,86%. Trata-se do primeiro resultado mensal negativo de 2025. Segundo a série apresentada no boletim, a última deflação havia ocorrido em agosto de 2023 (-0,23%) — em 2024, todas as variações mensais foram positivas.

Os dados foram publicados nesta terça-feira, 16 de setembro, pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU). Confira o resultado da pesquisa nos últimos 12 meses:

 

 
O que é deflação — e o que ela indica no IPC-Cepes

Deflação é a queda do nível geral de preços em relação ao mês anterior (variação mensal negativa). No contexto do IPC-Cepes, isso significa que, para as famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos em Uberlândia, o custo médio da cesta de bens e serviços acompanhados ficou menor em agosto do que em julho. 

A deflação decorreu principalmente de Alimentação e bebidas (-1,10%; impacto -0,27 p.p.) e Habitação (-1,11%; impacto -0,18 p.p.). Entre os itens, destacaram-se:

  • Tubérculos, raízes e legumes: -12,10% (impacto -0,13 p.p.).
  • Cereais, leguminosas e oleaginosas: -6,32% (impacto -0,07 p.p.).
  • Energia elétrica residencial: -2,97% (impacto -0,15 p.p.).

Na direção oposta, Transportes subiu 2,57% (impacto +0,49 p.p.), impulsionado por Transporte público (+10,61%) — com o subitem Ônibus urbano em +20,51% (impacto +0,44 p.p.). Saúde e cuidados pessoais avançou 0,62% (impacto +0,08 p.p.). Apesar dessas pressões, menos de um terço dos subitens apresentou alta, o que ajudou a manter o índice geral no campo negativo.

 

Cesta básica: queda de 2,68% e menor pressão sobre a renda

A Cesta Básica de Alimentos medida pelo CEPES/UFU custou R$ 676,83 em agosto (-2,68% ante julho; -3,79% no ano; +5,87% em 12 meses). Tomate (-17,15%) e batata (-9,61%) lideraram as quedas; entre as altas, leite (+1,73%), pão (+1,16%) e carne bovina (+1,09%). A carne permanece como o item de maior peso na cesta (38,77% do gasto).

Para quem recebe salário mínimo, foram necessárias 98h05min de trabalho para adquirir a cesta. Pelo método do DIEESE, o salário mínimo necessário foi estimado em R$ 5.686,07 (o salário mínimo oficial, R$ 1.518,00, equivale a 26,70% do necessário). A cesta correspondeu a 44,59% do salário mínimo em agosto (patamar inferior ao observado desde janeiro).

 

Como Uberlândia se compara ao Brasil

Em agosto, o IPC-Cepes (-0,15%) ficou abaixo do IPCA Brasil (-0,11%) e do INPC Brasil (-0,21%) no mês, e também menor no acumulado de 12 meses (3,86% vs. 5,13% no IPCA e 5,05% no INPC). 

O IPC-Cepes acompanha 228 subitens em mais de 500 pontos de coleta e reflete o custo de vida de famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos em Uberlândia. A Cesta Básica de Alimentos adota o método do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e inclui 13 produtos definidos em decreto federal, com quantidades ajustadas à região.

 

 

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Palavras-chave: CEPES IPC-CEPES Cesta Básica de Alimentos inflação Deflação

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