Puxada pela conta de luz, inflação em Uberlândia sobe 0,54% em setembro

A inflação em Uberlândia voltou a subir em setembro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), calculado pelo Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), registrou alta de 0,54% no mês, após ter apresentado queda de 0,15% em agosto. No acumulado de 2025, o índice já soma 2,65%, e em 12 meses, 3,97%.

De acordo com o levantamento, cinco dos nove grupos de consumo tiveram aumento de preços em setembro. O destaque foi o grupo Habitação que subiu 3,37% e teve o maior impacto no resultado geral, contribuindo com 0,55 ponto percentual (p.p.). O principal responsável pela elevação foi o item Energia Elétrica Residencial, com variação de 8,03% e impacto de 0,40 p.p. no índice total.

Outro grupo que pressionou a inflação foi Despesas Pessoais, com alta de 1,03%, influenciado pelos aumentos em Recreação (+1,68%) e Hospedagem (+15,79%). Na sequência, vieram Saúde e Cuidados Pessoais (+0,54%), impulsionado pelos Produtos Farmacêuticos (+1,08%), e Artigos de Residência (+1,37%), puxado pelos Consertos e Manutenção, que tiveram elevação expressiva de 13,92%.

O grupo Educação também apresentou crescimento (+1,12%), com destaque para o item Leitura, que subiu 7,66%.

Em contrapartida, quatro grupos registraram redução de preços: Alimentação e Bebidas (-0,34%), Vestuário (-1,62%), Transportes (-0,12%) e Comunicação (-1,28%).

Entre os produtos com maiores quedas estão Tubérculos, Raízes e Legumes (-5,75%), Calçados e Acessórios (-4,17%), Aparelhos Telefônicos (-9,90%) e Tomate (-12,54%).

Energia e aluguel seguem como principais vilões

O relatório do Cepes/UFU aponta que a alta da energia elétrica teve o maior peso individual sobre o custo de vida dos uberlandenses em setembro. O aumento da conta de luz, aliado à alta de 3,46% no aluguel residencial, foi determinante para o avanço do grupo Habitação, que responde por mais de 16% da composição do índice.

Comparação com os índices nacionais

Mesmo com a aceleração em setembro, a inflação local segue abaixo da média nacional. Enquanto o IPC-Cepes acumula 2,65% no ano, o IPCA-Brasil, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registra 3,64%.

Nos últimos 12 meses, a inflação em Uberlândia (3,97%) também é menor que a observada no país (5,17% no IPCA).

Alimentação tem impacto negativo

O grupo Alimentação e Bebidas, que tem o maior peso na cesta do consumidor (24,8%), continua contribuindo para conter a inflação local. Os preços dos alimentos para consumo em casa recuaram 0,58% em setembro, com destaque para as quedas em batata, tomate e alho. Já as refeições fora de casa tiveram leve alta (+0,49%).

Os resultados foram divulgados pelo Cepes/UFU e estão disponíveis no Boletim do IPC-Cepes.

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