Ensino para além da sala de aula

Cristiano Borges, assistente administrativo da biblioteca da Eseba, ajuda na explicação da atividade para as crianças de uma das turmas do 1º período da escola. (Foto: Milton Santos)

Em uma sala adjacente à biblioteca da Escola de Educação Básica da Universidade Federal de Uberlândia (Eseba/UFU) está preparado um pequeno circuito com 20 casinhas assinaladas no chão a serem percorridas. No local, crianças de quatro anos de idade, da turma do 1º período, estão sentadas aguardando a atividade – desenvolvida para a Semana do Livro Infantil – ser repassada.

Sob os olhares atentos dos pequenos, Cristiano Borges, que é assistente administrativo na biblioteca da Eseba, explica que a brincadeira consiste em cada criança jogar um dado para o alto e, conforme o número mostrado quando o dado cair no chão, avançarem pulando as casas correspondentes. Estabelecidas no circuito, estão três casinhas especiais com recadinhos para os alunos, incentivando as boas práticas na biblioteca, como a leitura dos livros, entrega do livro na data correta, cuidar bem da carteirinha de cadastro na biblioteca e trazer a carteirinha quando for lá.

Para ensinar as crianças e também incentivá-las a cultivarem como hábito essas boas práticas, as plaquinhas contam com figuras alegres e dão a elas o "prêmio" de avançarem mais múltiplas casinhas no circuito. A parte escrita das plaquinhas é lida em voz alta por um adulto que gerencia a atividade, já que se tratam de crianças ainda no início da fase de alfabetização.

Plaquinhas com mensagens incentivando boas práticas na biblioteca recompensam os estudantes no percurso. (Arte e fotos: Heuler Reis)

Presentes na atividade também estão o trabalho dos conhecimentos de matemática dos alunos – incentivados a contarem os números que caíam nos dados, a quantidade de casinhas que avançavam e a ordem deles na sequência de 1 a 20 –, além de uma associação de figuras e das letras com a mensagem instruída junto das figuras alegres dando tom de incentivo às boas práticas na biblioteca.

Sílvia Pereira é auxiliar administrativa da biblioteca e conta que mais atividades como essa, um ensino para além da sala de aula, são desenvolvidas com os alunos em outros momentos do ano letivo. Para além da Semana do Livro Infantil, ela cita como exemplos de atividades as datas que envolvem Dia do Folclore (em 22 de agosto) e a Semana da Biblioteca (entre os dias 17 e 27 de outubro), com cada atividade adaptada aos demais estudantes de outros períodos da escola de acordo com seu nível de conhecimento.

Silvia Pereira trabalha na UFU há 36 anos, sendo 26 como auxiliar administrativa da Eseba. (Foto: Milton Santos)

Alfabetização discursiva

Atividades como essas, que exercitam várias áreas do conhecimento dos alunos, fazem parte da estratégia de alfabetização discursiva presente no ensino da Eseba. Trata-se de um processo educacional que visa ao desenvolvimento das habilidades de compreensão, análise e produção de discursos adequadas a cada faixa etária das crianças. É um tipo de abordagem que vai além do ensinar a ler e escrever, busca capacitar as crianças a entenderem e utilizarem a linguagem de uma maneira crítica e eficaz desde cedo.

Dentre os recursos utilizados, a leitura e a contação de estórias permitem que os pequenos estudantes entrem em contato com variados tipos de discursos, estimulando a compreensão de narrativas, personagens, enredos, estruturas textuais, para além do estímulo à imaginação e a expressão por meio da oralidade. A produção de textos variados também se faz presente e é um incentivo para o desenvolvimento das habilidades de expressão escrita e da criatividade particular.

Acima de tudo, professores, pais e alunos também desempenham esse papel do ensino para além da sala de aula, ao promoverem o estímulo e apoio nesse processo, proporcionando um local que valorize elementos como a expressão, a reflexão e o oferecimento de oportunidades para o aprimoramento e a prática das habilidades discursivas dos estudantes.

História

Criada em março de 1977, a Eseba começou como Escola Pré-Fundamental Nossa Casinha. Contava com 30 alunos matriculados e era destinada a filhos de 2 a 6 anos de idade de funcionários da até então Universidade de Uberlândia (UnU).

Atualmente, a Escola de Educação Básica da UFU é uma das escolas públicas mais concorridas da região, sendo um dos 24 colégios de aplicação ligados a universidades federais no país reconhecidos pelo Ministério da Educação (MEC).

Conta com vagas, para além do ensino infantil, também no ensino fundamental e no Ensino de Jovens e Adultos (EJA). A distribuição das vagas para ingresso na Eseba é feita por meio de sorteio.

A Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU) está publicando em seu perfil no Instagram uma série de vídeos semanais da campanha “Para Sempre Eseba”, com relatos de egressos da escola, contando sobre suas vivências no local, suas experiências e como a Eseba contribuiu para a sua formação no nível escolar, de conhecimento, e como pessoas para a sociedade. O episódio de estreia teve a participação da atual diretora, a professora Núbia Guimarães - assista AQUI.

Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.

A série "ESPECIALUFU45" reúne textos escritos por membros da equipe da Diretoria de Comunicação Social (Dirco), mas também está aberta à contribuição de outros integrantes da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). As sugestões de temas a serem abordados, bem como o envio de materiais para avaliação e, em caso de aprovação, posterior publicação, podem ser realizados por meio do formulário eletrônico disponível em: www.comunica.ufu.br/divulgacao.

>>> Leia também:

• 45 fatos sobre ciência na UFU (parte 2)