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Leia Cientistas

Em 2021, a Região Geográfica Intermediária de Uberlândia exportou menos, mas teve receita (em dólares) maior em relação a 2020

Forte elevação dos preços dos produtos explica essa dinâmica

Publicado em 10/02/2022 às 10:31 - Atualizado em 19/12/2023 às 11:02

Soja foi um dos produtos mais vendidos pela Região Intermediária de Uberlândia para o exterior. (Foto: Milton Santos)

A Região Geográfica Intermediária de Uberlândia (RIU) – que congrega 24 municípios** – apresentou o valor exportado de US$ 1,91 bilhão (ou R$ 10,25 bilhões) em 2021, segundo o Boletim de Comércio Exterior do Cepes/UFU. Esse valor foi 13,58% superior às receitas em 2020. Ainda assim, em quantidade vendida, que foi de 2,67 milhões de toneladas, as exportações apresentaram decréscimo de 13,10%. Essa dinâmica foi possível graças à forte elevação dos preços das mercadorias vendidas pela região, que apresentaram aumento médio de 30,74%, de acordo com o índice de preços calculado pelo boletim.

Em 2021, Uberlândia (US$ 802,07 milhões), Araguari (US$ 700,94 milhões) e Ituiutaba (US$ 238,10 milhões), nessa ordem, foram os maiores exportadores da região, sendo que Uberlândia também foi o município que mais impactou no aumento das receitas das exportações nesse período, com taxa de variação sobre o total de 8,40%.

Dentre os produtos vendidos ao exterior pela RIU no ano passado, a soja e a carne bovina congelada foram os mais exportados (62,18% do valor total), mas foi sobretudo a soja que impulsionou as exportações, apresentando taxa de variação de 6,68% em relação ao total. Todavia, as maiores receitas com a soja não vieram pela elevação da sua quantidade vendida, que apresentou redução de 13,37%, mas pela forte elevação do seu preço (34,74%).

No ano de 2021, a China continuou sendo o principal destino das exportações da região, representando 52,26% (US$ 997 milhões) das vendas totais, e o destino que apresentou maior taxa de variação em relação ao total exportado (10,15%).

Destarte, mesmo sendo um período atípico, em decorrência da continuidade da pandemia de covid-19, a economia mundial demonstrou forte recuperação em 2021, com taxa de crescimento projetada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) em 5,88%.

Um dos fatores mais importantes para entender o resultado das exportações da RIU, nesse momento, é a característica das mercadorias vendidas, que são, preponderantemente, produtos essenciais, os quais apresentam pouca oscilação da sua demanda frente às variações na renda e no preço. Além disso, foi a forte elevação dos preços dos produtos exportados que possibilitou o aumento das receitas em dólares das exportações em 2021, uma vez que, em quantidade, houve queda das vendas externas.

Em relação aos fatores que afetaram negativamente as exportações, podemos citar a suspensão dos envios de carne bovina para a China no início de setembro, após os registros de dois casos atípicos de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecido como “mal da vaca louca”, além das condições climáticas adversas – questão hídrica, seca etc. – que também prejudicaram o setor agropecuário em 2021, sobretudo a safra de milho.

Para mais detalhes sobre as exportações da região, e também para conhecer os dados das importações, acesse o boletim na íntegra no site do Cepes/IERI/UFU.

 

*Economista pesquisador do Centro de Estudos, Pesquisas e Projetos Econômico-sociais do Instituto de Economia e Relações Internacionais (Cepes/IERI/UFU). Doutor em Economia, com ênfase em Desenvolvimento Econômico, pelo Programa de Pós-graduação em Economia (PPGE/IERI) da Universidade Federal de Uberlândia. Atua em pesquisa e extensão nas áreas de Macroeconomia, Finanças Internacionais, Economia Monetária e Financeira e Comércio Internacional.

 

**Cachoeira Dourada; Capinópolis; Gurinhatã; Ipiaçu; Ituiutaba; Santa Vitória; Abadia dos Dourados; Douradoquara; Estrela do Sul; Grupiara; Iraí de Minas; Monte Carmelo; Romaria; Araguari; Araporã; Campina Verde; Canápolis; Cascalho Rico; Centralina; Indianópolis; Monte Alegre de Minas; Prata; Tupaciguara e Uberlândia.

 

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Palavras-chave: Leia Cientistas Divulgação Científica exportações Região CEPES

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