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Extensão

Projeto da UFU busca prevenção da toxoplasmose

Ideia é aplicar na sociedade o que é desenvolvido em laboratório

Publicado em 25/06/2018 às 09:52 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:56

A toxoplasmose, conhecida popularmente como “doença do gato”, é uma infecção causada por parasitas que se alojam nas fezes de felinos, hospedeiros definitivos. Ela é adquirida, no caso dos seres humanos, pela ingestão de carne mal cozida (de bovinos, suínos, etc) ou de alimentos mal lavados, afetando mulheres grávidas de forma mais intensa.

 

Um projeto de extensão, vinculado ao Instituto de Ciências Biomédicas (ICBIM) e ao Programa de Pós-Graduação em Imunologia e Parasitologia Aplicadas (PPIPA) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), tem como objetivo conscientizar gestantes e profissionais da saúde sobre a doença.

 

A aproximação costuma ocorrer na consulta pré-natal. “Nós abordamos as gestantes, aplicamos um questionário para saber o nível de conhecimento delas a respeito da doença e depois explicamos e damos todas as informações necessárias. Como os médicos têm várias coisas para estudar, às vezes eles não focam tanto na toxoplasmose”, explica a coordenadora do projeto, Priscila Franco.

A abordagem das gestantes acontece no HC (Foto: arquivo pessoal)

O projeto começou por um desejo dos integrantes do grupo em aplicar na sociedade um trabalho que realizavam apenas dentro do laboratório, já que observaram um crescimento da doença. Foram recebidas 10 amostras de sangue de mães infectadas só nos últimos dois meses: a expectativa era que fossem obtidas 10 amostras no ano todo, recebidas de acordo com a quantidade de mulheres que portam a doença. Apesar disso, a toxoplasmose não se manifestou, necessariamente, nos fetos.

O grupo é formado por estudantes de pós-graduação (Foto: Milton Santos)

De acordo com dados do Hospital de Clínicas (HC/UFU), houve um aumento na proporção de casos: em 2017, cerca de 41 gestantes apresentaram a doença. Já em 2018, até o mês de abril, havia 23 pacientes infectadas. A diferença é de uma taxa de 3 casos por mês para 5 casos/mês, nos quatro primeiros meses de 2018.

 

“Muitas pessoas não têm essa informação. Por mais que esteja nas redes sociais, ou os médicos saibam, a população em si é muito leiga. Algumas gestantes sabem sobre o assunto, mas muitas não sabem como se adquire a doença, de que animal ela vem e como manipular os alimentos. Nosso principal objetivo é providenciar um atendimento primário às mulheres”, afirma uma das integrantes do projeto, Iliana Milián.

 

Neste ano, o projeto começa uma parceria com a professora Karine Rezende, do Campus Pontal. A ideia é trabalhar no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e em algumas unidades de saúde, oferecendo oficinas. O projeto foi submetido também ao Programa de Extensão Integração UFU/Comunidade (PEIC), o que aumentará os investimentos recebidos.

 

A doença

Os sintomas da toxoplasmose incluem aumento dos gânglios, leve febre e dor no corpo. A patologia costuma se manifestar apenas quando há baixa imunidade: mais de metade da população mundial porta a doença e não sabe.

 

O cartaz do projeto indica as medidas necessárias para se proteger da doença.

Na toxoplasmose congênita, os principais sinais clínicos no bebê que nasce com a doença são calcificação intracraniana, hidrocefalia, microcefalia, retardo mental e lesões na retina. “Quando a gestante adquire a infecção com a idade gestacional mais avançada, às vezes o bebê nasce sem sinais clínicos, mas desenvolve lesões oculares durante a idade adulta”, explica a pesquisadora Franco.

 

Para prevenir a doença, é necessário lavar bem as mãos, comer sempre carnes bem cozidas ou bem passadas, evitar o contato com fezes de gatos, lavar frutas e vegetais em água corrente e tratadas e só beber água filtrada ou fervida. Seguindo estas recomendações é possível, inclusive, prevenir outras infecções.

Palavras-chave: toxoplasmose gestantes doença Divulgação Científica

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