Geração sanduíche: é realidade ou mito?

Arte: Ludimila de Castro

Com o aumento da expectativa de vida, as famílias passaram a se reorganizar. Mais gerações coexistem, formando uma nova maneira de organização: pessoas que cuidam, ao mesmo tempo, de seus pais e mães idosos e de seus filhos e filhas. Este fenômeno é conhecido como "geração sanduíche", já que as pessoas ficam “ensanduichadas” entre as gerações. No Brasil, ela adquire nuances ainda mais específicas.

De acordo com as pesquisadoras Jordana Cristina de Jesus e Simone Wajnman, no artigo “Geração sanduíche no Brasil: realidade ou mito?”, a “geração sanduíche” pode ser definida como os adultos comprimidos entre as demandas de seus filhos e de seus pais. Geralmente, são mulheres entre 40 e 49 anos, em sua maioria, negras.

Há vários motivos para esse fenômeno. Os principais são a escolha de ter filhos mais tarde, a longevidade e as famílias ficando cada vez menores. Assim, muitas pessoas se encontram no momento de cuidar das duas gerações.

Outro ponto importante, segundo as pesquisadoras, é que uma grande parcela dos jovens têm demorado mais para sair da casa dos pais. Assim, as relações não são mais tão raras; ao contrário, são bem duradouras. Mesmo assim, no Brasil, não há estatísticas precisas sobre esse formato de rotina. Isso porque o censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ainda não inclui essa pergunta.

Considerando todas essas questões, o "Ciência ao Pé do Ouvido" convidou Jordana Cristina de Jesus, a professora do Departamento de Demografia e Ciências Atuariais da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), e Ana Silvia Volpi Scott, professora de Demografia Histórica da Universidade de Campinas (Unicamp), para falar sobre essa nova organização familiar. Ouça o episódio #87 nas principais plataformas de streaming!

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