Publicado em 06/12/2023 às 11:20 - Atualizado em 11/12/2023 às 14:28
Prioridade global da Unesco, a igualdade de gênero na ciência é o tema principal da premiação promovida pelo Grupo L’Oréal no Brasil, com apoio da Academia Brasileira de Ciências (ABC). A edição deste ano premiou com R$ 50 mil os projetos inovadores de sete pesquisadoras brasileiras. A professora Tayana Mazin Tsubone, do Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi uma das escolhidas pela premiação na categoria “Ciências Químicas”.
O projeto, desenvolvido por Tsubone, é um alerta sobre o preocupante aumento da resistência de infecções bacterianas a antibióticos. Conforme relata a pesquisadora, “as infecções bacterianas comuns estão se tornando cada vez mais resistentes aos tratamentos convencionais, e a ‘era de ouro’ dos antibióticos está chegando ao fim”.
Segundo relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), esse cenário é preocupante e a busca por alternativas é uma corrida contra o tempo. O aumento da resistência bacteriana a antibióticos, principalmente aos utilizados no tratamento a infecções comuns em seres humanos, nos últimos anos, revelam níveis acima de 50%. O mesmo estudo estima que até 2050 o problema pode causar a morte de cerca de 10 milhões de pessoas no mundo.
Com isso, Tsubone desenvolveu um projeto que busca ser alternativa para o uso de antibióticos no tratamento de infecções, uma vez que a utilização indevida desses fármacos, contribui para o surgimento de bactérias multirresistentes.
“O projeto visa desenvolver ‘fármacos’ que só tem efeito sob ação da luz visível, capaz de gerar espécies tóxicas que eliminem os microrganismos”, explica Tsubone. As Terapias Fotodinâmicas produzem um efeito sobre as bactérias, inibindo a sua capacidade de resistência às ações dos fármacos. “A principal vantagem da Terapia Fotodinâmica é que, até o momento, não existe nenhum relato de que ela leve ao desenvolvimento de resistência microbiana, por ser uma terapia que necessita de luz para ativar o fármaco”, afirma a pesquisadora.
Para Tsubone, a contemplação na premiação é um incentivo para que ela e outras mulheres cientistas prossigam com suas pesquisas. “Sabemos que nós mulheres sofremos maiores resistências para conquistar nossos espaços na ciência em uma cultura predominantemente patriarcal. Esse prêmio possibilita que mulheres conquistem reconhecimento no meio científico, além de me motivar a fazer mais do que gosto: ciência”, finaliza a docente.
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Palavras-chave: Mulheres Cientistas #Ciência
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