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IBGE usa laboratório da UFU para calibrar equipamentos que medem a gravidade

Engenheiros e técnicos do instituto estiveram no Laboratório de Topografia e Geodésia do Campus Monte Carmelo

Publicado em 10/04/2024 às 11:55 - Atualizado em 25/04/2024 às 08:32

Laboratório foi criado em 2011 no Campus Monte Carmelo. (Foto: arquivo pessoal/LTGEO)

A gravidade incide sobre todos os seres vivos e em qualquer lugar do globo terrestre. Inúmeros estudos envolvendo a aceleração da gravidade têm sido conduzidos através dos tempos, trazendo à tona uma infinidade de aplicações que podem ajudar à humanidade a interagir melhor com o planeta Terra.

O conjunto de técnicas e procedimentos voltados à medição da aceleração da gravidade é chamado de gravimetria. Além disso, o gravímetro é o equipamento usado para medir a aceleração da gravidade. Como qualquer outro equipamento, os gravímetros sofrem desgastes, alterações e deformações no sistema de medição no decorrer do tempo, necessitando serem calibrados.

Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pela produção da informação geodésica no país, iniciou neste mês a calibração de sete gravímetros. Diversas medições e ajustes foram realizados nos equipamentos em seis estações absolutas de gravidade. Entre elas, a estação de Monte Carmelo (MG), mantida pelo Laboratório de Topografia e Geodésia (LTGEO) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Esta estação foi implantada em 2016 em um projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Foto dos equipamentos
À esquerda, equipamentos na sala de calibração. À direita, vista superior do gravímetro. (Foto: arquivo pessoal)

Gabriel Guimarães, pesquisador do Núcleo de Estudos em Geodésia (Negeo), explica que a precisão do valor da gravidade na estação de Monte Carmelo é da ordem de 11 microgal, o que equivale a 0,00000011 metros por segundo ao quadrado. Ele ainda destaca que o Brasil possui uma Rede Nacional de Estações Gravimétricas Absolutas (Renega) que é utilizada para a calibração dos equipamentos. Além de Monte Carmelo, as estações de Brasília (DF), Valinhos (SP), Curitiba (PR), Lages (SC) e Santa Maria (RS) fazem parte da rede e receberam os gravímetros.

Mapa da localização das estações absolutas que receberam os gravímetros
Mapa da localização das estações absolutas que receberam os gravímetros. (Imagem: arquivo pessoal)

De acordo com Wagner Carrupt, pesquisador do Negeo, a localização das estações está associada com a amplitude de variação da gravidade sobre o planeta, a qual aumenta do equador para os pólos e dos pontos mais altos para os mais baixos. Portanto, a localização das estações da Renega foram definidas de forma a contemplar uma grande variação em latitude e altitude, com o ponto mais alto em Brasília e o ponto mais baixo em Santa Maria, permitindo, assim, que a calibração contemple uma gama maior de leituras nos equipamentos no Brasil.

Com os gravímetros calibrados é possível realizar a densificação da rede gravimétrica ao longo do país, permitindo o conhecimento do campo de gravidade e possibilitando a realização de pesquisas. Leticia Ribeiro, também pesquisadora do Nageo, conta que trabalhou com dados gravimétricos em suas pesquisas, durante o mestrado e doutorado, aplicados ao cálculo de altitudes que, por sua vez, são importantes para o avanço da Geodésia no monitoramento dos processos geodinâmicos do planeta Terra.

Segundo o Engenheiro Cartógrafo do IBGE, Carlos Alberto Corrêa e Castro Júnior, esta atividade é importante para o instituto, pois está relacionada à maior confiabilidade nas medições gravimétricas empreendidas em território nacional, por meio de equipamentos devidamente calibrados e ajustados. Ele ainda acrescenta que o IBGE disponibiliza informações e dados geográficos cada vez mais consistentes e que atendem às necessidades práticas e teóricas dos usuários, sendo os dados gravimétricos uma dessas informações. 

Mais informações sobre o assunto estão presentes no artigo “30 anos de Medições Gravimétricas Absolutas no Brasil”.

 

 

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