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Institucional

“É tão grande a intimidade que a gente tem com a universidade, que passa a ser a casa da gente também. Você fica mais tempo aqui do que em casa”

Marcus Vinícius dos Santos é funcionário terceirizado há mais de 30 anos e tem uma vida dedicada ao setor Audiovisual da universidade

Publicado em 28/11/2025 às 13:12 - Atualizado em 12/12/2025 às 09:57

Milton Santos

 

O sorriso tímido e a simplicidade refletem a vida de Marcus Vinícius dos Santos. Hoje, aos 62 anos, 32 foram dedicados à Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Mas engana-se quem pensa que Marcus está no quadro da instituição como um funcionário efetivo, onde a estabilidade é garantida, ele é um exemplo da longevidade de um funcionário terceirizado do setor de Audiovisual da UFU, fato raro de se acontecer.

Apesar de estar no mesmo setor desde o ano de 1994, a relação dele com a UFU iniciou por um processo seletivo para trabalhar com serviços gerais no Hospital de Clínicas. Eram 25 vagas para mais de mil candidatos. Marcus não foi aprovado na primeira chamada e o que poderia ser uma decepção, na verdade era o destino agindo silenciosamente. “Aí, dessa segunda leva, eu estava nessa turma, era para ir para o jardim”, relembra. 

Marcus não foi cuidar dos jardins do hospital, pois José Cipriano da Silva, o Zé do Audiovisual, solicitou a contratação de dois funcionários para o seu setor. Mesmo sem saber nada da função e apenas com o primeiro grau, Marcus foi contratado para trabalhar no local junto a Sebastião, funcionário terceirizado já aposentado. 

E eu fui desenvolvendo, aprendendo, aprendendo, aprendendo e olha onde eu cheguei”, orgulha-se Marcus que não esconde a gratidão aos colegas de setor, além de acreditar em uma força divina. “Sabe quem me pôs aqui? Deus! Porque se você não tiver uma crença e amor no que você faz, não dá”.

O trabalho inicial era a montagem e desmontagem de retroprojetores nas salas. “Você tinha que ir em cada sala e montar um retroprojetor. Não tinha esse tanto de prédio que tem hoje e tinha uns 40 mais ou menos retroprojetores. Era tirar de uma sala, levar para outra e  tinha os horários, tinha uma grade horária”, revive.

Com a modernização, os retroprojetores deram lugar aos projetores, mas ainda era preciso a montagem, mas desta vez os aparelhos ficavam em salas específicas. “Acho que  tinha uns seis aparelhos. Aí ficou específico em alguns prédios e depois foi chegando mais. Hoje cada sala tem um projetor”.

Tudo caminhava na perfeita sintonia até o momento de uma demissão inesperada. Da noite para o dia, o aviso prévio chegava para os funcionários terceirizados vinculados à  fundação a qual Marcus pertencia. “Foi tão chato, eu fiquei sem chão. Eu estava trabalhando aqui, aí mandaram um aviso para o chefe do setor. ‘É para os meninos irem lá para Umuarama e já levam o material deles. Material? Que material? É porque vão desligar todo mundo’. Nossa, aquilo ali foi um baque, porque arrumar serviço a gente arruma em qualquer lugar, mas eu estava acostumado com o tipo de serviço daqui, eu teria que me readaptar”.

Não teve outra saída, Marcus juntou o seu material e foi. “Eu vi aquela fila e falei: Meu Deus, eu fiz uma fila aqui para entrar e hoje eu estou fazendo uma fila pra sair”. Mas como disse a famosa frase  “quem tem amigos tem tudo”, os companheiros do Audiovisual foram à luta e conseguiram a recontratação de Marcus por outra empresa terceirizada.

 

Foto do entrevistado Marcus Vinícius dos Santos
Hoje, Marcus trabalha na manutenção dos equipamentos (Milton Santos)

 

Após 30 anos dedicados à instituição, ele revela um sentimento de gratidão. “Foi gratificante, muito bom, valeu a pena, porque eu amo o que eu faço. Se você não amar o que você faz e não gostar, nada tem valor” e finaliza “Só de estar aqui, no meio desse povo bom, ficar esse tempo todo, é uma vitória”. Hoje o serviço é mais na parte de manutenção dos aparelhos. 

De uma família simples e sendo criado apenas pela mãe, Marcus começou a trabalhar aos 13 anos de idade em uma loja de móveis, lugar onde ficou até os 17 anos, momento que foi servir o Exército para realizar o desejo da mãe. Ele ficou por quase um ano no quartel, saindo para trabalhar em uma metalúrgica, onde ficou por 10 anos até chegar à UFU. 

Sobre a UFU, Marcus não esconde o seu amor. “É como se fosse a casa da gente. É uma instituição muito positiva e que traz muito benefício não só pra gente que tá ligado como funcionário, mas para a população inteira, porque você vê isso aqui é um aglomerado. Então, para mim é uma empresa muito importante”.

 

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Palavras-chave: UFU em Pessoas Campanha Institucional UFU

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