Você conhece o Sistema de Museus da UFU?

Em 2023, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) comemora 45 anos de federalização. Uma data que celebra a história da instituição e, consequentemente, a dos seus sistemas, equipamentos e projetos. Como o Sistema de Museus da UFU (Simu) que, apesar de ter sido criado em 2017, atualmente realiza a gestão de museus que possuem entre 20 a 48 anos.

O Simu é vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc/UFU) e atua na organização das demandas conjuntas de todos os museus da instituição, locais esses que abrangem o desenvolvimento contínuo de ensino, pesquisa e extensão. De acordo com o coordenador do Sistema de Museus, Rodrigo Freitas, “essa abrangência é importante, pois permite que os museus atuem como espaços educacionais dinâmicos, enriquecendo o aprendizado e a interação entre diferentes disciplinas e públicos”.

Ele também destaca que o Simu não realiza a administração direta dos museus da universidade, já que essa responsabilidade pertence à unidade acadêmica de cada um deles. Porém, o Sistema de Museus formula e propõe uma política abrangente para todos os museus da UFU, sendo eles: Museu da Biodiversidade do Cerrado (MBC); Museu de Minerais e Rochas (MMR); Museu dos Povos Indígenas (Musíndio), Museu Universitário de Arte (MUnA); e Museu Diversão com Ciência e Arte (Dica). Conheça, a seguir, cada uma das cinco unidades.

Museu da Biodiversidade do Cerrado (MBC)

O Museu da Biodiversidade do Cerrado foi inaugurado em 2000 e se desenvolveu, a partir da iniciativa de professores do Instituto de Biologia da UFU, em expor suas pesquisas e acervos. O museu é focado na educação ambiental e busca promover estudos no âmbito da preservação do bioma Cerrado.

Ele está com seu espaço físico fechado desde 2020, devido a questões burocráticas entre a universidade e a Prefeitura de Uberlândia. Assim, segundo a coordenadora do MBC, Daniela Franco, o museu se mantém atualmente por meio de ações itinerantes realizadas, principalmente, em escolas, mediante agendamento.

Para a realização dessas ações, Franco destaca que o museu se adaptou a uma forma móvel, usando um “carrinho de feira” para transportar seu acervo. Nessas exposições, são exibidas as suas coleções paleontológicas e de fósseis, além de partes de animais taxidermizados, como bicos, patas e penas.

Museu de Minerais e Rochas (MMR)

O Museu de Minerais e Rochas (MMR), localizado no prédio do antigo "Mineirão", foi criado em 26 de outubro de 1987, a partir da iniciativa de dois professores do Instituto de Geografia (IG/UFU), Luiz Nishiyama e Adriana Rodrigues dos Santos. E espaço fica no Bloco 1Q do Campus Santa Mônica e conta com um acervo formado por minerais, rochas e fósseis. 

Por estar dentro da instituição, além de ser um espaço para exposições, o museu também serve como sala de aula para os alunos do curso de Geografia. De acordo com o professor e coordenador do MMR, Marcos Henrique de Oliveira Souza, isso é uma maneira de reforçar o tripé no qual os museus da UFU se apoiam: ensino, pesquisa e extensão. 

Ademais, o Museu de Minerais e Rochas também dispõe de um acervo bibliográfico nas áreas de geologia e de engenharias e, no segundo semestre deste ano (2023), iniciou seu processo para ser reconhecido como um patrimônio histórico-cultural. 

Musíndio

O Museu dos Povos Indígenas é direcionado para o desenvolvimento da consciência cultural acerca dos grupos indígenas brasileiros e suas tradições. Ele é  responsável por manter a memória dessas populações e, para isso, dispõe de um acervo de imagens, objetos, publicações em jornais e vídeos.

O Musíndio surgiu em 1987 e iniciou seu processo de criação, segundo sua coordenadora, Lídia Meirelles, a partir de uma doação de artefatos indígenas realizada ao Instituto de História (Inhis/UFU). Atualmente, o equipamento conta com a promoção de palestras e oficinas, além de um acervo formado por cerca de 2.500 objetos.

Além disso, neste ano o museu deu início a uma nova fase, marcada pelo processo de mudança de local e a alteração de seu nome de “Museu do Índio” para “Museu dos Povos Indígenas”. 

MUnA

O Museu Universitário de Arte da Universidade Federal de Uberlândia (MUnA/UFU) é vinculado ao Instituto de Artes (Iarte/UFU) e busca estabelecer o diálogo e a interação entre as artes visuais e o ensino. Ele conta com um acervo variado, desde desenho, gravura, escultura, fotografia até tapeçaria e cerâmica.

Sua missão gira em torno da valorização artística, além da preservação e do incentivo às artes visuais, por meio de atividades de ensino, pesquisa e extensão. O museu é um espaço que possibilita a democratização do acesso a produções artísticas, por meio do contato do público com a arte e a cultura local.

Em 2023, assim como o MMR, o MUnA também iniciou seu processo de tombamento. O que “é um trâmite de grande importância para o museu, pois assegura uma melhor preservação em termos de manutenção e cuidado”, conforme afirma Rodrigo Freitas, que, além de coordenador do Simu, é membro do Conselho do MUnA.

Diversão com Ciência e Arte (Dica)

O Museu Diversão com Ciência e Arte (Dica) integra o Instituto de Física (Infis/UFU) e é focado na divulgação da cultura científica. Segundo Silvia Martins, professora de Física da universidade e uma das fundadoras do Dica, “o museu é voltado para a popularização da ciência e busca associá-la à tecnologia e ao cotidiano de maneira descontraída”.

A docente também destaca que, além das exposições permanentes e itinerantes, o museu conta com projetos de pesquisa relacionados à divulgação científica. Bem como a promoção de eventos que ampliam o conhecimento sobre ciência, como o “Cine Dica” e a “Mostra Brincando e Aprendendo”. 

O Dica é um espaço fora do convencional, que busca estimular no público o interesse científico e desenvolver formas de motivar academicamente alunos e professores.

Simu e os 45 anos de federalização 

Os museus da UFU, ao longo da federalização da universidade, têm desempenhado um papel crucial na preservação e valorização do seu patrimônio cultural. Esses equipamentos, por meio da oferta de programas educativos, exposições e atividades, permitem a criação de um ambiente acadêmico de estímulo ao pensamento crítico e à criatividade.

Diante disso, Rodrigo Freitas sublinha: “Os museus da nossa universidade promovem um intercâmbio científico, tecnológico e cultural, por meio do seu diálogo com entidades nacionais e internacionais. Uma prática que impulsiona o desenvolvimento das instituições museológicas e, consequentemente, da democratização do conhecimento."

Por fim, o coordenador explica que, do ponto de vista institucional, os museus da Universidade Federal de Uberlândia podem ser considerados referência no cenário acadêmico e cultural, tendo em vista que apresentam uma série de estruturas já consolidadas, como a Política de Museus, os Planos Museológicos, os regimentos internos de cada museu, o Programa de Apoio aos Museus e o próprio Sistema de Museus.

A série "ESPECIALUFU45" reúne textos escritos por membros da equipe da Diretoria de Comunicação Social (Dirco), mas também está aberta à contribuição de outros integrantes da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). As sugestões de temas a serem abordados, bem como o envio de materiais para avaliação e, em caso de aprovação, posterior publicação, podem ser realizadas por meio do formulário eletrônico disponível em: www.comunica.ufu.br/divulgacao.

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