Publicado em 17/01/2018 às 17:03 - Atualizado em 22/08/2023 às 16:56
A doutoranda Laiane Andrade, da Faculdade de Engenharia Química (Fequi/UFU), está trabalhando na pesquisa. Ela explica que, por meio da pirólise - processo térmico de degradação de matéria através do calor -, é formado o biocombustível. Os compostos decorrentes da reação se comportam por analogia como se fossem petróleo bruto.
“A gente tem esse espelho côncavo. Ele capta a luz do sol. Esta luz é refletida no ponto focal onde fica o reator e lá ocorre o processo reacional. Nesta reação são liberados gases, vapores que condensam. A gente coleta eles no sistema de condensação, e estes vapores é como se fossem petróleo bruto, que tem vários componentes de interesse, além do hidrocarbonetos que podem ser usados como biocombustíveis. Só que ele precisa de um tratamento, assim como o petróleo, para ser utilizado e isto está em fase de pesquisa”, explica Andrade.
Laiane Andrade é doutoranda da Faculdade de Engenharia Química (Fequi/UFU) (Imagem: Célio Júnior)
A pesquisa tem duas novidades: uma delas é a utilização da energia do sol, pois este processo é tradicionalmente feito por meio da energia elétrica. Outra novidade é a matéria prima: eles usam microalgas, um tipo de biomassa que tem várias potencialidades, o que despertou interesse dos pesquisadores.
“A ideia do projeto é transformar o produto de baixo valor agregado, rico em carbono, formado por carboidrato, proteínas e gorduras, em compostos químicos de interesse, principalmente biocombustíveis utilizando a energia solar”, relata Luiz Gustavo Vieira, professor da Fequi e orientador da pesquisa.
Outra doutoranda, Janaína Barbosa, que é professora da Universidade Federal de São João Del Rei (UFSJ), atualmente está em Uberlândia para continuar o estudo de Andrade. A docente está pesquisando uma forma de melhorar a qualidade do biocombustível gerado no processo.
“Devido aos excelentes resultados obtido pela Laiane no doutorado dela, a gente está querendo continuar a pesquisa, sim. A nossa inovação vai ser utilizar um catalisador para melhorar a qualidade deste bio-óleo. Então nós vamos tentar reduzir um pouco a quantidade dos compostos oxigenados que são nocivos para este bio-óleo e assim conseguir pré-refinamento para o combustível produzido”, declara Barbosa.
A pesquisa é realizada em parceira com outro professor da Fequi/UFU e recebe um financiamento de cerca de R$ 70 mil da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Segundo o professor, o estudo que utiliza uma matéria prima nova no país, tem vários benefícios. “A ideia é mostrar que existem ideias interessantes. O Brasil tem um potencial muito grande, especialmente na nossa região, com resíduos agroindustriais. Então você pode pegar este resíduo, que ia pro descarte, e transformar em produtos nobres que geram renda, que geram arrecadação. Além de tudo, mostrar a formação de doutores altamente especializados que podem atuar na docência, na indústria, melhorar o know-how da pesquisa na universidade brasileira. E também divulgar fora dos muros da universidade estas ideias, estas pesquisas que a gente vem fazendo na universidade.”
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Palavras-chave: Ciência Biomassa Engenharia Química Fequi Divulgação Científica
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