Cepes divulga análise do crescimento populacional de 2020 da região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba

Na pesquisa foi utilizada a estatística estimada do IBGE para 2020, em função do adiamento do Censo Demográfico para o ano de 2021, que pode vir a confirmar os apontamentos do documento. (Arte: Divulgação/Cepes)

O Centro de Pesquisas Econômico-Sociais da Universidade Federal de Uberlândia (Cepes/UFU), vinculado ao Instituto de Economia e Relações Internacionais (IERI/UFU), divulgou o Boletim “Dados populacionais: estimativas populacionais no ano de 2020 para os municípios componentes das Regiões Geográficas Intermediárias de Uberlândia, Uberaba e Patos de Minas”. No documento, são atualizadas as informações populacionais, por meio de comparações dos Censos Demográficos de 2000 e 2010, com a estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para 2020.

O levantamento reporta o valor total; as variações absolutas e relativas por faixa de tamanho populacional; e as taxas de crescimento anual da população que reside na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. A utilização de estatística estimada se dá em virtude do adiamento do Censo Demográfico para o ano de 2021. Detalhamentos, como a estrutura por idade e sexo, como também o ritmo do envelhecimento populacional, somente serão possíveis com a realização da pesquisa censitária do IBGE.

Segundo Luiz Bertollucci, coordenador do Cepes e um dos autores do boletim, sem o Censo Demográfico e o detalhamento da população não se sabe sobre o presente e não se tem como projetar o futuro de toda uma sociedade. “O censo brasileiro é uma pesquisa imprescindível para que possamos planejar com mais acerto as políticas públicas e os projetos privados de desenvolvimento socioeconômico”, afirma.

Boletim

Conforme este novo boletim do Cepes, as informações demográficas da região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, localizada à oeste do estado de Minas Gerais, demonstram que o processo migratório traz ganhos líquidos de população, em relação às demais regiões brasileiras. As estimativas populacionais para o ano de 2020, quando comparadas com os dados censitários de 2000 e 2010, evidenciam que as regiões de Uberlândia, Uberaba e Patos de Minas reúnem expressivo contingente populacional, com aumento populacional nas últimas décadas e, ao mesmo tempo, uma desaceleração no ritmo de crescimento anual da população residente.

Regiões Geográficas Intermediárias de Uberlândia, Uberaba, e Patos de Minas foram analisadas no boletim divulgado no final de novembro pelo Cepes. (Arte: Divulgação/Cepes)

O boletim, que pode ser acessado AQUI, indica ainda que as regiões de Uberlândia e Uberaba apresentaram ritmo de crescimento médio anual acima do observado para o Brasil, com 1,06% ao ano (a.a.) e para o estado de Minas Gerais, com 0,84% a.a. O destaque ficou para a Região Geográfica Intermediária de Uberaba, que apresentou o maior ritmo de crescimento estimado na última década, com taxa de 1,38% a.a. Enquanto isso, a cidade com maior taxa de crescimento, de 1,49% a.a., é Uberlândia.

Caso o município de Uberlândia siga com a taxa de crescimento no patamar de quase 1,5% a.a., a cidade tende a atingir a marca de um milhão de habitantes por volta de 2044 e deve dobrar de tamanho, conforme as estimativas, por volta do ano de 2067. Para Bertollucci, todas as regiões analisadas em conjunto apresentam um importante contingente demográfico e econômico. “Os censos demográficos anteriores destacam ser uma região com forte dinamismo econômico e que, por isso mesmo, sempre atraiu pessoas e famílias de diversas regiões brasileiras que fixam residência por aqui”, comenta.

Região Geográfica Intermediária de Uberlândia

Ao todo, são 24 municípios que fazem parte da região que se articula a partir da polarização socioeconômica exercida pelo município polo de Uberlândia. Em 2020, a população residente estimada é aproximadamente 1,2 milhões de habitantes, com uma taxa de crescimento de 1,14% a.a., cerca de 125 mil habitantes a mais nos últimos 10 anos. Enquanto o polo apresentou um crescimento populacional de quase 16%, municípios médios, como Araguari e Ituiutaba, cresceram aproximadamente 8%.

Região Geográfica Intermediária de Uberlândia localiza-se a oeste do estado de Minas Gerais, ao norte da conhecida região do Triângulo Mineiro. (Arte: Divulgação/Cepes)

Já os pequenos municípios tiveram crescimento relativo entre 3% e 6%. A cidade de Gurinhatã chegou a apresentar perda de 9% de sua população, devido ao processo de migração para Ituiutaba e Uberlândia, segundo o boletim. A perspectiva apontada é de menor ritmo de crescimento demográfico para a maioria dos municípios da região, o que pode vir a ser confirmado no Censo Demográfico de 2021.

Região Geográfica Intermediária de Uberaba

Composta por 29 municípios, a região se desenvolve a partir da polarização socioeconômica exercida pelo município polo de Uberaba. Seguindo as estimativas populacionais para 2020, o polo regional teve um aumento populacional de 41 mil pessoas, enquanto os outros 28 municípios somados tiveram um ganho populacional de cerca de 63 mil habitantes. Foi a região que com aumento mais significativo, em termos de taxa de crescimento, dentre as três analisadas.

Região Geográfica Intermediária de Uberaba localiza-se também a oeste do estado de Minas Gerais, ao sul da conhecida região do Triângulo Mineiro. (Arte: Divulgação/Cepes)

Todos os municípios da região experimentaram o aumento populacional, com exceção de Água Comprida e União de Minas, que tiveram o número de cidadãos reduzidos. O município de Uberaba, considerado polo da região, concentra 41% do contingente populacional e sua taxa de crescimento anual supera o ritmo esperado para o país e para o estado, com 1,3 a.a., mesmo apresentando um número menor que o município de Araxá (1,4% a.a.) neste quesito.

Região Geográfica Intermediária de Patos de Minas

Os 34 municípios da região se desenvolvem a partir da polarização socioeconômica exercida pelo município polo de Patos de Minas. Apesar da estimativa de crescimento expressivo de 79.428 habitantes, a maior contribuição no aumento populacional estimado acontece no próprio polo. Além disso, a região foi a única, dentre as três analisadas, não avaliada com ritmo de crescimento médio anual acima do observado para o Brasil e para o estado.

Região Geográfica Intermediária de Patos de Minas localiza-se a noroeste do estado de Minas Gerais, posicionada entre a região do Triângulo Mineiro e a região norte do estado. (Arte: Divulgação/Cepes)

Todas as cidades da região que possuem mais de 50 mil habitantes apresentaram um maior número em sua população censitária ou estimada. Já os menores municípios da região contaram com certa estabilização em seu crescimento populacional. A cidade de Guarda-Mor, por outro lado, apresenta uma redução populacional nos últimos 10 anos, segundo as estimativas.

Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.