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Moção de Aplauso

Conquistas de diversidade na UFU são reconhecidas pela Câmara de Uberlândia

Além da pró-reitora de Assistência Estudantil, outros cinco membros da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Uberlândia foram homenageados pelo Legislativo Municipal; relembre as conquistas do movimento LGBTQIA+ na instituição

Publicado em 12/08/2021 às 10:09 - Atualizado em 22/08/2023 às 20:25

Vereadora Gilvan Masferrer foi responsável pela entrega dos certificados de homenagem na Câmara Municipal de Uberlândia. (Montagem com fotos de Aline Rezende)

Seis representantes das conquistas de diversidade na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) receberam moção de aplauso em sessão de homenagens realizada pela Câmara Municipal de Uberlândia, no último dia 4 de agosto, a convite da vereadora Gilvan Masferrerm (DC). As homenagens se deram em vista da promoção de ações e atividades realizadas na UFU, referentes à comunidade LGBTQIA+. A moção de aplauso foi recebida por: Elaine Calderari, pró-reitora da Pró-reitoria de Assistência Estudantil (Proae); Adeon Amaral, colaborador da Divisão de Promoção de Igualdades e Apoio Educacional (Dipae); Max Ziller, coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE); André Sabino, professor na Escola de Educação Básica (Eseba); Kássio Rosa, técnico administrativo; e Camila Mariano, discente na UFU.

Segundo Calderari, a moção de aplauso é um reconhecimento dos vereadores de Uberlândia pelos trabalhos em prol de uma área. “É importante destacar que as universidades públicas, juntamente com as políticas públicas do país, passaram a reduzir as desigualdades sociais, promovendo justiça social e a equidade de oportunidades, por meio do acesso, permanência e êxito dos estudantes. A UFU, ao longo dos anos, vem passando por transformações, ficando com a cara do nosso país, mais diversa e plural e, portanto, atendendo às políticas públicas de inclusão social e de ações afirmativas”, explica.

Pró-reitora de Assistência Estudantil, Elaine Calderari, segura a bandeira arco-íris na Câmara Municipal de Uberlândia, juntamente do servidor da Dipae, Adeon Amaral, e da vereadora Gilvan Masferrer, ao centro. (Foto: Aline Rezende)

Os caminhos assertivos trilhados nos últimos anos visam ao cumprimento da missão institucional, prevista na Resolução 06/20216 do Conselho Universitário da UFU, de “promover ações afirmativas de igualdade de gênero, étnico-racial e de diversidade sexual”, Para Calderari, a influência desta moção de aplauso é de garantir que a UFU seja uma universidade inclusiva, que permita aos estudantes um ambiente universitário provido na pluralidade de ideias, manifestações culturais e interações cotidianas, cuja principal missão é a promoção da igualdade.

Uma das iniciativas propostas é o “Mês da Diversidade”, realizado anualmente, desde 2018. Durante a edição de 2021, foi lançada pela equipe da Proae uma série de e-books temáticos sobre a diversidade na UFU. Calderari destaca o e-book “Conquistas Históricas LGBTQIA+”, que elenca toda essa trajetória no passar dos anos. “Entendemos que essas conquistas possam garantir a legitimação da diversidade sexual em nossa sociedade e o respeito às diferenças”, reitera.

Ações iniciais envolvendo a temática, listadas na coleção de e-books no ‘Mês da Diversidade’ de 2021, na UFU, são datadas em 2006. (Arte: Proae/Dipae/Divulgação)

 

Relembre as conquistas da população LGBTQIA+ na UFU

A promoção dos direitos da população LGBTQIA+ na UFU se deu a partir das discussões propostas pelo “Projeto Em Cima do Salto”, iniciado em 2006 e voltado para os direitos à saúde, sob coordenação da Faculdade de Medicina (Famed) e da então Pró-Reitoria de Extensão, Cultura e Assuntos Estudantis - hoje denominada Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proexc). As questões eram deslocadas, também, para o Sistema Único de Saúde (SUS) e, em 2007, foi inaugurado o “Ambulatório Saúde e Cidadania”, para a prestação de serviços de saúde.

Em 2008, a abertura da “Semana Cultural do Orgulho LGBTQI+ de Uberlândia” foi realizada na UFU e, posteriormente, muitos outros eventos da temática ocorreram na universidade, com cinedebates, palestras, manifestações, ações culturais, entre outros. Na sequência, em 2015, foi implementado o direto ao uso do nome social na UFU, sob aprovação unânime do Conselho Universitário. No mesmo ano, foi inaugurado o primeiro banheiro unissex da universidade, localizado no Bloco 2C do Campus Umuarama.

As ações do “Ambulatório Saúde e Cidadania” foram ampliadas, em 2016, para o Centro de Referência em Atenção Integral para Saúde Transespecífica (Craist). Esta unidade completa nove serviços credenciados pelo Ministério da Saúde ao Processo Transexualizador, no SUS, que permitem o acesso a procedimentos como a modificação corporal, com o devido acompanhamento médico. Também, em 2016, foram criadas a Proae e a Dipae, com o foco na implementação de programas, projetos e ações que atendam à comunidade discente em suas dificuldades. Além disso, por meio da Resolução 06/20216 do Consun - já citada nesta matéria - foi instaurada a promoção das ações afirmativas de igualdade de gênero, étnico-racial e de diversidade sexual.

Em 2017, foi lançada uma edição impressa do Jornal da UFU, voltada para a temática. No mesmo ano, foi dado o primeiro passo para criação de um grande evento temático, a “I Semana Cultural da UFU: Diversidades e Cidadania”, no Campus Monte Carmelo. Em decorrência de sua adesão, a iniciativa se transformou no “Mês da Diversidade”, realizado anualmente, desde 2018, e sendo o primeiro evento do tema executado em todos os campi ao mesmo tempo.

Bandeira hasteada no bloco da Reitoria, no Campus Santa Mônica, é considerado um momento histórico, durante o evento ‘Mês da Diversidade’ de 2019. (Foto: Arquivo Proae)

A UFU recebeu, em 2019, o Selo da Diversidade da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Minas Gerais - 13ª Sucessão de Uberlândia (OAB-MG), como instituição de destaque na área. Ainda no mesmo ano, iniciou-se o atendimento odontológico pelo Núcleo de Pesquisa e Atendimento Trans (Nupat) e destaca-se, também, o projeto de extensão “Somos”, que realizou um casamento coletivo de oito casais LGBTQIA+.

Ainda, em 2019, foi implementada a “Gaymada” como atividade permanente do evento “Agita UFU”, no Campus Educação Física, que promove atividades de lazer, esporte e bem-estar aos estudantes. No ano passado, foi criada, por meio da Portaria Reito Nº 1175, a Comissão Permanente de Acompanhamento da Política de Diversidade Sexual e de Gênero da UFU. Além disso, a luta contra o preconceito a lésbicas; gays; bissexuais; travestis, transexuais e transgêneros; queers; intersexuais; assexuais; e outras designações representadas pelo sinal “+” foi tema de uma edição do Jornal da UFU, produzido pela TV Universitária de Uberlândia.

Desde o início da pandemia da covid-19, a UFU segue no compromisso com a pauta da diversidade, mesmo com a suspensão das atividades presenciais. Calderari destaca que as ações da temática vêm sendo indicadas e largamente demandadas pelas entidades estudantis, junto ao Fórum de Assuntos Estudantis (FAE), um órgão consultivo organizado pela Proae. O objetivo é promover um debate coletivo entre as diversas entidades estudantis e os campi da UFU sobre cada temática proposta pelo Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes).

”Acreditamos que toda conquista é importante, que todo o momento que conseguimos avançar e combater a discriminação e o preconceito já é uma grande vitória para nossa sociedade. E entender que a universidade é um agente importante nessas transformações, seja na formação profissional, mas também de cidadãos críticos e comprometidos com a ética, a democracia e a transformação social”, conclui a pró-reitora de Assistência Estudantil da UFU.

 

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