Ansiedade à espreita: importância e desafios dos sintomas do Transtorno de Ansiedade Generalizada

O TAG é um problema que atinge quase 10% dos brasileiros. (Arte: Viviane Aiko)

Passos cuidadosos, pupila dilatada ao máximo em olhos atentos, movimentações silenciosas a cada mínimo barulho captado. Ela estava lá, à espreita, pronta para devorá-lo e engoli-lo em pensamentos: a ansiedade.

Respiração ofegante. Decidiu contar até dez enquanto torcia para que ela fosse embora. Um, dois, três, quatro – não adiantou – cinco, seis, sete – em vão – oito, nove – desistiu.

Acelerou a movimentação em busca de fugir o mais rápido possível daquele matagal de sentimentos. A ansiedade o perseguia como uma onça em busca da sua presa favorita, ria do seu desespero como uma hiena e era silenciosa como sua própria sombra.

Não que seja prudente pensar em gramática durante uma perseguição, mas a situação descrita é definida pelo Dicionário Oxford  como um grande mal-estar físico e psíquico, uma aflição ou agonia, e até como um desejo veemente e impaciente. Desejo de fugir dos olhos penetrantes da ansiedade, a presa diria.

Enquanto para alguns ela assume a forma de um bicho de sete cabeças, para outros ela pode surgir como um boleto prestes a vencer ou uma prova de Física. A ansiedade, comum a todos os seres humanos, é importante para a sua evolução e sobrevivência ao longo da história.

Por outro lado, quando esse sentimento se torna persistente e paralisante, ele pode ser diagnosticado como o Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG). Acompanhado de sintomas como fadiga, inquietação, irritabilidade, perturbação do sono, entre tantos outros, o TAG é um problema que atinge quase 10% dos brasileiros na atualidade e compromete o seu desempenho diário.

A ansiedade que paralisa é o assunto do episódio #65 do "Ciência ao Pé do Ouvido". Nele, conversamos com o mestre em Psicologia e especialista em Terapia Cognitiva Comportamental Bruner de Morais Miranda sobre os efeitos da ansiedade e do TAG na mente e no corpo.

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