Estudantes da UFU participam de congresso nacional de engenharia mecânica

A Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foi representada por 19 alunos de Engenharia Mecânica no XXX Congresso Nacional de Estudantes de Engenharia Mecânica (Creem), ocorrido em Uberaba, de 19 a 23 de agosto.

Aprofundar o conhecimento, interagir com outros estudantes da área de estudos, compartilhar descobertas e ter retorno de outros cientistas sobre suas pesquisas foram alguns dos objetivos do grupo ao participar do evento. 

O Congresso foi promovido pela Associação Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM) e, em 2024, foi sediado na Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Os estudantes da UFU apresentaram 19 trabalhos, abordando diferentes temáticas. Thiago Assis da Silva, que está iniciando o mestrado em Engenharia Mecânica, mostrou os resultados de sua pesquisa, desenvolvida na graduação, envolvendo a eficiência de mancais. 

Os mancais são elementos mecânicos que servem para apoiar e guiar o movimento rotativo de eixos em máquinas e equipamentos. Devido à rotação, eles estão sujeitos à força do atrito com o eixo. A peça está presente, por exemplo, em automóveis, turbinas de aviões e até em satélites. 

Como explica Aristeu da Silva Neto, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da UFU e orientador de Thiago Silva, a importância de um mancal é diminuir a potência necessária para manter uma máquina em rotação. “Os mancais mais primários que a gente conhece são mancais tipo carro-de-boi. Madeira com madeira. Eles usavam gordura de animais para lubrificar”, conta o docente.

Thiago Silva propõe, com sua pesquisa, o aperfeiçoamento nos cálculos relacionados à modelagem computacional dos mancais. Ele afirma que o modelo que se usa hoje para se definir o campo de pressão, que é a carga que o mancal vai suportar, é um modelo muito antigo, limitado. 

“O que a gente está propondo é acabar com essas limitações e ser mais rápido, também, para se calcular o campo de pressão em si, que é o foco do trabalho”, revela Silva. A pesquisa abre caminho para aplicar o método a problemas mais complexos.

Outros trabalhos apresentados dizem respeito a simulações de componentes de uma usina termoquímica, ou seja, são relacionados à transição energética. Um dos focos é a usina em fase de estruturação no Campus Glória, da UFU. 

Em um deles, Guilherme Maciel, que também está iniciando o curso de mestrado, modelou soluções para problemas que ocorrem em reatores de formato cúbico de usinas termoquímicas. 

Em outro, Sarah Valle Sato, que está na graduação, fez experimentos que simulam a queima do gás oriundo de resíduos sólidos urbanos para a produção de energia. O objetivo foi analisar a influência da temperatura de entrada do gás para determinar a eficiência do processo.

Para o estudante Francisco Souza, que integrou o grupo da UFU, o Creem é importante para os pesquisadores de graduação em diversos aspectos, como, por exemplo, conhecer novas linhas de pesquisas que não são as áreas de atuação dos professores de Engenharia Mecânica da UFU. 

Ele também cita a possibilidade de fazer “networking” com colegas de outras regiões e instituições, a divulgação das pesquisas e o debate sobre novas abordagens a serem realizadas. “Além disso, existem palestras de profissionais ímpares da Engenharia Mecânica que transmitem o conhecimento adquirido na profissão”, complementa Souza.

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