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Diversidade

Palestras sobre educação e vivências marcam evento 'Dia de África - Conexões, Cultura e Memória'

Atividades também contaram com coffee break com comidas típicas do continente e visita ao Centro de Memória da Cultura Negra Graça do Aché

Publicado em 13/06/2025 às 13:25 - Atualizado em 18/06/2025 às 18:16

Foto: Milton Santos

 

O continente africano é a casa de mais de 1,2 bilhão de pessoas, de acordo com um levantamento feito pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2022. São 54 países que compartilham hábitos, costumes e aspectos culturais com o Brasil, e seis deles possuem o português como idioma oficial: Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

Por conta da relevância africana na cultura brasileira, e de todo o contexto histórico do país, o evento “Dia de África - Conexões, Cultura e Memória” foi organizado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), por meio da Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRII), através do Programa de Formação para a Internacionalização (Proint), em parceria com a Associação Afro-Estudantil de Uberlândia (AEU).

Como informado pelo Comunica UFU, o objetivo do evento era “exaltar a diversidade histórica, social e cultural dos povos africanos que moram em Uberlândia, valorizando as identidades afrodescendentes que se relacionam fortemente com o Brasil”, além de ser um espaço de troca de experiências para a comunidade africana com a UFU e Uberlândia, através do compartilhamento de vivências e conhecimento.

A primeira palestra teve como o tema “A educação como forma de enfrentamento das desigualdades raciais” e contou com a participação das professoras Ivete Silva Almeida, do Instituto de História e associada do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab/UFU), e Camilla Nganga, da Faculdade de Ciências Contábeis e associada ao Núcleo de Ensino e Pesquisa em Administração e Contabilidade (Nepac/UFU) e também ao Neab/UFU. Participaram, ainda, o pró-reitor de Extensão e Cultura (Proexc), Florisvaldo Paulo Ribeiro Júnior, e o presidente da Associação Afro-Estudantil, Serigne Abdou.

 

Participantes após a palestra. Da esquerda para a direita: Valeska Virgínia Soares Souza, Serigne Abdou e Camilla Nganga
Da esquerda para a direita: Valeska Virgínia Soares Souza, diretora da DRII/UFU; Serigne Abdou, presidente da Associação Afro-Estudantil de Uberlândia (AEU); e Camilla Nganga, pesquisadora do Neab/UFU. (Foto: Milton Santos)

 

Nganga destacou a importância do evento, ressaltando a presença dos estudantes e professores africanos na UFU. “[Eventos como este] são importantes para conhecermos mais sobre o continente, os países africanos, as experiências. E, também, desmistificar um pouco, porque, muitas  vezes, o que se sabe sobre a África ainda é muito estereotipado, muito limitado e o continente é muito maior do que imaginamos.”

Ela também relatou na palestra que seu sobrenome tem origem congolesa, e que só passou a sentir orgulho dele ao chegar na universidade. Para isso, ela aponta questões na educação básica: “[o racismo] tem impactos educacionais dos estudantes negros, então quando aumentamos o que a gente sabe sobre África, cultura e história afro-brasileira, também ajudamos no fortalecimento da autoestima e da identidade negra desses alunos, além de reduzir questões relacionadas a racismo e discriminação e diminuir a evasão escolar”, completa Nganga.

Além de destacar a importância de mudanças necessárias para a educação, ela também destaca uma importante contribuição do Neab/UFU para a Universidade: o planejamento na criação do Observatório de Igualdade Racial e das Ações Afirmativas Azoilda Loretto Trindade, que busca mapear o perfil das pessoas negras da Universidade Federal de Uberlândia, a fim de promover políticas públicas voltadas para esses membros da comunidade universitária.

A diretora da DRII, Valeska Virgínia Soares Souza, também esteve presente na palestra inicial do evento, e contou que se sente privilegiada de participar de uma mesa como essa, e que aprendeu muito sobre o continente africano: “As falas hoje ajudaram a pensar em uma forma de internacionalização mais abrangente e menos estereotipada”, aponta.

Ela também destacou que é necessário começar a pensar nessa troca de saberes da comunidade universitária, em geral com os estudantes e professores africanos. “Por muito tempo, nós recebemos pessoas aqui na universidade em uma perspectiva de ‘o que eles podem aprender conosco?’, e acho que esse dia de hoje marca o protagonismo da comunidade internacional e o quão a UFU é privilegiada de ter essas pessoas nos ensinando, em uma troca de saberes muito interessante”, completou.

 

Homens segurando a bandeira de Moçambique
Uma bandeira de Moçambique também foi trazida por pessoas que acompanharam a palestra inaugural. (Foto: Milton Santos)

 

Sobre o Neab/UFU

O Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab/UFU) foi criado em 2006 e realizou diversas ações nos âmbitos de pesquisa, ensino e extensão. Por exemplo, em 2023, o Neab/UFU criou o projeto “Formação intercultural em estudos afro-brasileiros e africanos: conexões entre Brasil e Moçambique”, que firmou uma parceria com a Universidade Pedagógica de Maputo. Esse projeto possibilita a ida de seis estudantes da pós-graduação para a capital de Moçambique por ano. Este edital está com vagas abertas até às 18h desta sexta-feira, 13/6. Confira aqui mais detalhes.

O Neab/UFU está inserido dentro da Diretoria de Estudos e Pesquisas Afrorraciais (Diepafro/UFU), criada em 2020. Para saber mais informações sobre o Núcleo e  sobre o edital do projeto “Formação intercultural em estudos afro-brasileiros e africanos: conexões entre Brasil e Moçambique”, confira o Instagram do Neab/UFU.

 

 

Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.

 

Abaixo, a galeria de imagens do evento:

Palavras-chave: Dia da África Neab Diepafro DRII internacionalização

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