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Institucional

‘Todas as pontes da minha vida têm um pouquinho de UFU’

Conheça a história de um egresso que viveu a vida dupla de um atleta universitário

Publicado em 26/09/2025 às 15:26 - Atualizado em 22/10/2025 às 08:53

Foto: Marco Cavalcanti

 

O sonho de muitas crianças no Brasil – talvez por pouco ou muito tempo - é virar uma estrela do futebol. Mas, com os anos, muitas paixões vão surgindo, os sonhos amadurecem e os antigos amores acabam tomando outro espaço. Quem antes queria viver do futebol como jogador pode querer vivê-lo de outra forma, como técnico, gestor ou fisioterapeuta. O esporte pode não ser mais o foco principal, mas parte de um conjunto maior de possibilidades, como foi o caso do egresso Igor Mendonça Tavares, que conseguiu, na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), viver o esporte e a graduação juntos. 

Desde os quatro anos de idade, Tavares é apaixonado por futebol e pratica a modalidade desde então, por hobby e em competições de diferentes níveis. Como tantos outros, chegou a tentar a carreira e teve que conciliar várias viagens de seletivas e competições com os estudos. Até que, no último ano do ensino médio, frente a rotina e realidade que o esporte lhe proporcionava, resolveu buscar uma outra opção profissional. Viu no curso de Educação Física da UFU, que ingressou em 2016, a oportunidade de continuar próximo do futebol, mas com outra profissão. Porém, deixou a universidade em 2024 com o diploma de fisioterapeuta na mão. 

Na prateleira de troféus, além do grande título de fisioterapeuta, ele também acumulou conquistas no esporte universitário como atleta, com as camisas das Associações Atléticas Acadêmicas (AAAs) Educa e Fisioterapia, e o time oficial da UFU. Hoje, ele ainda continua colecionando medalhas, mas do lado de fora das quatro linhas, como técnico das AAAs do Direito e Computação. Outros triunfos importantes também foram conquistados nessa caminhada acadêmica que ele não dispensa, como os amigos que o esporte universitário deu – alguns que até viraram pacientes ou afilhados de casamento. 

Mesmo com a mudança de curso no meio desse caminho, ele afirma que foi necessário viver tudo o que passou: “desde o futebol, tudo que eu passei na Educação Física, até chegar hoje como fisioterapeuta, eu vejo que isso me formou como profissional, como pessoa, meu caráter, formou minha rede de contato [...] Tudo que eu passei foi necessário para eu chegar aonde eu estou hoje”. 

 

Estudantes, do sexo masculino, perfilados em duas filas, a de trás de pé e a da frente com os joelhos flexionados
Durante a graduação, ele integrou a equipe da Liga Acadêmica de Fisioterapia Desportiva (Lafide) UFU. (Foto: arquivo pessoal/Arthur Moraes)

 

Primeiro tempo: vida acadêmica 

Em ambos os cursos feitos na UFU, Tavares entrou pelo vestibular. Ele conta que a passagem de três anos na Educação Física foi ótima, serviu como base também para a fisioterapia, mas viu que se levasse o esporte como profissão e não como hobby, iria enjoar de uma as coisas que mais amava. “Eu não queria viver o futebol para sempre, ter a carreira do futebol, porque eu já tive um pouco da frustração como atleta. Não queria seguir isso a longo prazo, pensando em futuro profissional, mas eu também não queria ficar longe”, expõe o egresso que, estudando outras opções, viu na fisioterapia, especificamente na área de ortopedia, a oportunidade de viver próximo ao esporte, mas também em um universo mais diverso. 

A decisão pela mudança de curso foi uma jogada ensaiada, bem executada, mas a atmosfera do jogo não diminuiu a pressão da ação, uma vez que já estava no terceiro ano da graduação. A família apoiou a mudança, mas a cobrança pessoal pesou. “Na minha cabeça eu já tinha dois fracassos, que era o futebol e a educação física. A gente tem aquela comparação, aquela corrida contra o tempo”, lembra Tavares, que hoje se orgulha da decisão e vê que foi um caminho necessário a percorrer. 

Aos universitários que estão na dúvida se devem trocar de curso, mesmo que próximo de ser formar, ele deixa o recado: “Acredite no processo, pense a longo prazo e se realmente perceber que vale a pena a mudança, fique tranquilo e se esforce, que no final das contas vai valer a pena. Não é um caminho fácil! A pressão vai vir em algum momento. Então tem que estar bem convicto e acreditar no processo que vai dar certo”. 

 

Segundo tempo: esporte universitário 

Abandonar o futebol não era uma opção e não precisou ser com a vida universitária. Além do campo, Tavares também é habilidoso no salão e foi com as duas modalidades que viveu sua passagem na UFU. Logo na primeira semana de aula, na Educação Física, já foi convocado por alguns veteranos a participar dos treinos. “Eu tinha disputado um campeonato de futsal lá no Praia [Clube] e um dos times que eu enfrentei era da UFU. Eu tava careca, tinha acabado de passar [na universidade] e eu lembro que dentro da quadra fui driblar um deles e outro tava gritando: Vai, marca o bixão. Depois ele chegou perto de mim e falou: ‘Você entrou para Educação Física? Sou seu veterano’. E aí, na semana de recepção, ele me encontrou e falou: ‘Ó, semana que vem você tem treino, acho que vai dar certo te colocar no brasileiro daqui um mês’. E eu falei: ‘Não, calma, acabei de entrar, deixa eu entender o que que tá acontecendo’", conta o fisioterapeuta, que entrou para o time da universidade antes mesmo da equipe da atlética. 

 

Estudantes-atletas do time de Futebol 7 da UFU no pódio, comemorando a conquista do terceiro lugar no JUBs Recife 2024
Igor Tavares encerrou sua trajetória pelos times da UFU, sendo capitão das equipes. (Foto: Rafael Bandeira/CBDU)

 

No início, ele teve uma certa resistência para entrar no esporte universitário por não querer viver novamente a vida dupla de estudar e ser atleta. “Falei: será que eu abraço essa loucura de estudar manhã e tarde, treinar à noite, treinar fim de semana? Acabei de sair da rotina de jogador, vou voltar para essa rotina?”, lembra Tavares.   

Com um mês de UFU, ele participou dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs), em Palmas (TO) e, mesmo com o resultado sem medalhas, em quarto lugar, viu a chama da paixão pela vida de atleta se reacender graças a união dos colegas de time. “Eu vi que eu conseguia vincular tanto o estudo quanto o esporte e isso foi fundamental para minha formação, para minha saúde mental, para minha saúde física. Eu acredito que o esporte foi tão importante quanto os estudos na minha formação aqui na UFU”, explica o egresso. 

Nos três times – UFU, Educa e Fisioterapia – ele acumula medalhas de futebol, futebol eletrônico e futsal. As conquistas são em competições universitárias pelas atléticas - Olimpíada UFU, Copa Inter Atléticas (CIA) e Liga Interestadual Universitária (LIU) - e pela UFU - Jogos Universitários Mineiros (JUMs) e JUBs. Dentre todas as medalhas, ele destaca três conquistas como as mais importantes: ouro no futebol de campo da Olimpíada UFU, em 2023, com a Fisioterapia; ouro no futsal dos JUMs, 2019, com a UFU; e a inédita medalha de bronze com a UFU no Futebol de 7 no JUBs, em 2024. 

 

Time campeão de futebol de campo masculino da Olimpíada UFU 2023
Na campanha do ouro do futebol de campo da Fisioterapia em 2023, na Olimpíada UFU, Igor fez o gol do título e saiu do evento com o prêmio de atleta destaque da competição. (Foto: Ítana Santos)

 

Se no início tinha dúvida se entraria para o universo do esporte universitário, foi nesse lugar que ele encontrou acolhimento e uma forma de socializar na universidade. “Uma das linguagens que eu tenho para criar amizade é o esporte [...] e isso deixou a faculdade mais leve. Se eu não tivesse vivenciado tudo que eu vivi aqui [na UFU] no esporte, eu não sei se eu teria suportado. Não pelo curso, mas por toda a complexidade que envolve [a vida universitária]. A pressão que a gente sente sobre o nosso futuro profissional, o esporte ajudou a aliviar um pouquinho essa barra”, explica.  

Hoje, ele ainda continua colhendo frutos por ter vivido o esporte universitário. Além das amizades feitas com os colegas de time e treinadores - em especial de dois técnicos dos times UFU, Remi Assunção, do futsal, e Erick Gontijo, do futebol, que contribuíram também com o lado profissional dele -, ele também criou uma rede de contatos. “Eu atendo pacientes hoje que eu fiz amizade lá na Educa, na Fisioterapia, jogando na UFU. E eu conheci gente de diversas áreas aqui. Então, da mesma maneira que eles me veem como fisioterapeuta, eu posso indicar alguém, porque já joguei com gente da Psicologia, Humanas, Monetária, engenheiros, e hoje os vejo como profissionais”, destaca o ex-atleta. 

 

Prorrogação: a importância da UFU na vida 

Tavares acredita que a UFU foi o local onde ele formou várias bases da sua vida pessoal e profissional. “Eu moldei muito do caminho que eu trilhei pelas pessoas que eu conheci aqui, pelos momentos que eu criei dentro e fora de quadra, por tudo que eu aprendi no curso. A UFU me deu tudo que eu sei de ciência, de teoria, de prática, de estudo com meus professores, veteranos, calouros, as amizades que eu fiz por meio das atléticas, das modalidades. Então, se for olhar, todas as pontes da minha vida têm um pouquinho de UFU, seja nas amizades que criei ou na base teórica que trago para minha vida profissional”, enfatiza o fisioterapeuta. 

Pela rotina de estudos integral, treinos e viagens, ele conta que os amigos da UFU viraram uma família e destaca um deles, o Arthur Moraes. “Muito da minha base de apoio, em questão de amizade, foram essas que eu construí na UFU, principalmente os atletas da UFU que jogaram comigo de 2016 a 2024. Todos eles foram irmãos para mim em algum momento que eu precisei. Já chorei muito com eles, vivi muitos momentos dentro e fora de quadra. Eles são especiais. Mas, para falar uma pessoa, vou colocar o Arthur, que foi meu calouro na fisio e hoje em dia é meu colega de profissão”, declara Tavares, que completa em meio a risos: “Brincava com ele que tinha um momento que eu não aguentava mais olhar para cara dele. A gente vinha treinar na UFU junto, no salão e no campo, participava da atlética junto, saía daqui ia para o estágio junto e hoje trabalhamos juntos. Ele foi um irmão que eu fiz na minha vida”. 

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Igor Tavares e Arthur Moraes juntos em atividades pela atlética, time UFU e, na última foto, na clínica em que trabalham. (Fotos: arquivo pessoal/Arthur Moraes)

 

Além da gratidão pela profissão, pelos amigos e toda a construção pessoal que a UFU trouxe, Tavares ainda comenta sobre a paixão que foi vestir a camisa da UFU e como queria passar esse amor aos próximos colegas que assumirão essa missão: “Eu tive muito amor por todas as atléticas que eu joguei, todas que eu treinei, mas jogar pela UFU é um sentimento muito especial. É um degrauzinho acima, ainda mais conquistando medalhas inéditas. Eu queria poder passar um pouco do amor que eu sinto de vestir a camisa da UFU para os calouros que estão entrando agora. [A UFU] me ofereceu oportunidades que eu nunca imaginei vivenciar aqui dentro da faculdade”. 

E, como ele mesmo diz, “não existiria Igor Tavares sem ter percorrido esse trajeto na UFU”. 

 

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