Publicado em 22/10/2025 às 11:15 - Atualizado em 04/11/2025 às 11:32
No prédio da Reitoria do Campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia é onde está a diretoria que realiza o sonho de diversos estudantes da instituição: a Diretoria de Relações Internacionais e Interinstitucionais (DRII/UFU), responsável pela implementação de políticas de internacionalização, além da articulação, apoio e acompanhamento de ações de mobilidade acadêmica internacional. De acordo com o site da diretoria, o período para realizar o intercâmbio é entre dois semestres da graduação e até dois anos, em caso de duplo diploma.
Maria Cláudia de Freitas Salomão, docente na Faculdade de Engenharia Civil (FECIV/UFU), é a vice-presidente do Comitê de Programas de Mobilidade, e destaca que a UFU possui 128 instituições parceiras, em diferentes regiões do planeta. “A gente envia estudantes para Europa, África e começamos agora com Ásia, América do Sul e Caribe. Temos também parcerias com a América do Norte, mas a gente já quase não faz mais mobilidade, temos muito mais parceria na parte de pós-graduação”. Segundo ela, um dos planos da gestão atual é focar nas parcerias Sul-Sul, com destaque para os países sul-americanos.
Esse enfoque nas parcerias Sul-Sul não é um movimento recente. Por exemplo, em junho deste ano, a UFU recebeu a visita de Roberto Escalante Semerena, docente da Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) e secretário-geral da União de Universidades da América Latina e do Caribe (UDUALC). Outro destaque é o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, da Diretoria de Estudos e Pesquisas Afrorraciais (Neab/DIEPAFRO/UFU), que promove o intercâmbio de estudantes da UFU para Moçambique, voltado para estudos na Universidade Pedagógica de Maputo (UPM), na capital do país.
“A gente buscava muito a Europa, os doutorados, as pesquisas e tudo mais. Então, hoje entendemos que a internacionalização tem que ser uma parceria, em que haja uma troca. E essa troca não pode ser feita só olhando para o norte, temos que buscar essa troca de conhecimentos aqui, olhando para o sul, também. Então, fortalecer essa troca com os nossos vizinhos faz muito mais sentido em termos de internacionalizar, do que simplesmente olharmos para a Europa, que está mais longe, mais distante, e mais caro. Também buscamos essa integração onde a gente tem uma sensação de pertencimento maior, que é na América do Sul”, explica Salomão.
O principal desafio, de acordo com a docente, é a proficiência em idiomas estrangeiros. Isso também condiciona o principal destino desses estudantes que vão para o exterior. “Nossos alunos vão muito para Portugal, porque, além da UFU ter muitos acordos com as instituições portuguesas, os estudantes se sentem mais confortáveis com a língua portuguesa. Depois de Portugal, onde a gente mais envia alunos é a França, pelos projetos bastante consolidados que temos de professores das engenharias com instituições francesas através do BRAFITEC, que é um programa do Governo Federal”, aponta.
Apesar disso, quem quer realizar a mobilidade internacional enfrenta alguns desafios, como aponta Salomão. “A mobilidade é aplicada para uma parte pequena dos alunos no mundo inteiro, porque tem a questão da própria locomoção: a pessoa tem que despender tempo de adiar ou pausar a sua graduação para poder ir para outro lugar; tem a questão financeira, porque a gente, hoje, não tem bolsa para todo mundo; tem a questão de timing, com alunos que, quando se dão conta da mobilidade, já estão no final do curso, ou com um estágio”, destaca.
Ela também aponta que a UFU promove outras formas de internacionalização dentro da própria universidade, como o Programa de Formação para a Internacionalização (ProInt/DRII/UFU), onde os estudantes fazem ações de recepção dos alunos estrangeiros, oferecendo apoio e acolhimento, podem estudar outras línguas a fim de apoiar os estudantes internacionais nas atividades acadêmicas e, em seu dia a dia no país, organizar eventos internacionais de formação, extensão e pesquisa.
Leonardo Pimenta, estudante de Agronomia, participou da mobilidade internacional. Ele conta que soube da vaga através de um grupo de estudos que participava, graças ao contato do docente responsável com uma professora da Louisiana State University (LSU), e foi morar em uma estação de pesquisa vinculada à universidade estadunidense, onde teve a oportunidade de trabalhar com diversas culturas, como soja, milho, algodão, arroz e trigo, participando de diferentes projetos de pesquisa desenvolvidos pela universidade, e apresentando resultados em congressos internacionais.
“Sempre tive o sonho de conhecer outros países, especialmente os Estados Unidos. Quando fiquei sabendo da vaga, sabia que era a oportunidade perfeita para unir minha vontade de aprender mais sobre o agronegócio, com o desejo de viver uma nova cultura. Então, agarrei a chance e me dediquei ao máximo para alcançar esse objetivo. Essa experiência foi essencial para aprimorar minha comunicação em inglês e ampliar meus conhecimentos sobre o setor agrícola nos Estados Unidos”, destaca.
Pimenta também ressalta que a experiência da mobilidade internacional é extremamente importante para os desenvolvimentos pessoal e profissional. “Além de aprimorar o inglês, que é uma ferramenta indispensável no mercado de trabalho, pude ampliar minha visão de mundo, fazer novos contatos e amigos, e entender como funciona o agronegócio em outro país. É uma vivência que transforma não só o estudante, mas também a forma como ele enxerga sua própria área de atuação”, aponta.
Apesar disso, o ex-presidente da Associação Atlética Acadêmica Agrárias aponta que a realização desse sonho também teve seus desafios, mas que, ao final de tudo, o balanço da experiência foi positivo: “Como tudo na vida, nem sempre é fácil. Ficar longe da família e dos amigos foi um grande desafio, mas o aprendizado e experiências compensaram cada dificuldade. Trabalhei muito, aprendi com profissionais incríveis, viajei por lugares inesquecíveis e fiz amigos para a vida toda. Por enquanto, não penso em voltar para morar lá, pois senti muita falta do Brasil e da nossa cultura. Ainda assim, quero retornar para visitar, rever o pessoal e matar a saudade do lugar onde vivi um dos períodos mais marcantes da minha vida”, finaliza.
Para participar da mobilidade internacional, o estudante precisa, antes de tudo, obter a chamada “validação institucional” da instituição que deseja estudar, e também da UFU. Para oferecer o aval aos seus estudantes, a UFU promove dois processos seletivos diferentes: os editais específicos, especificamente voltado aos programas Brafitec e Eiffel, e o edital de credenciamento, que também contempla suas chamadas complementares.
Para participar, é necessário ler o edital desejado e se inscrever. O edital de credenciamento possui uma avaliação, onde são analisados requisitos mínimos obrigatórios dos candidatos, contando com apoio das coordenações dos cursos de graduação da UFU, que também participam da etapa de análise e homologação das candidaturas de seus discentes. Além disso, por meio deste edital, os candidatos são ranqueados pela banca examinadora da seleção e pré-classificados internamente. Outro ponto são as chamadas complementares, como apontado por Salomão: “Óbvio que a gente quer todos os interessados indo para o exterior. Então, o que a gente faz é ranquear os alunos de acordo com a sua participação na comunidade: não é só nota. Pontuamos ensino, pesquisa, extensão e até gestão, participação em Diretório ou Centro Acadêmico, participação em colegiado, empresa júnior, tudo isso”, destaca.
“A gente quer um aluno que viveu mesmo a universidade e nos represente no exterior: comeu no Restaurante Universitário (RU), participou de atlética, iniciação científica, Diretório ou Centro Acadêmico, esteve na recepção da comunidade internacional, tem um bom desempenho no seu curso da graduação, tudo isso conta. Porque, lá fora, quando ele for questionado sobre a universidade, ele vai apontar ‘a UFU é a minha casa, e sei falar sobre ela’. É um aluno que, diante de uma instituição que vai ter avaliação, prova, aula e tudo mais, vai se sair bem, porque aqui ele também vai bem”, ressalta Salomão. Para mais detalhes sobre os processos seletivos, acesse o site da DRII.
Além disso, a Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PROAE/UFU) também oferece auxílios de bolsa-mobilidade, e a DRII também possui uma página em seu site com todas as informações necessárias para aqueles que desejam saber mais sobre o tema. A DRII também fornece uma página com mais detalhes dos programas que a UFU participa, e os dados de onde a UFU enviou alunos em mobilidade internacional são disponibilizados em uma tabela neste link.
É uma série institucional, desenvolvida pela Diretoria de Comunicação Social da UFU. A série tem como objetivo apresentar atividades acadêmicas que podem ser realizadas pelos estudantes de graduação da Universidade.
Acompanhe pelos nossos canais oficiais e conheça o que a UFU oferece para além das salas de aula.
Política de uso: A reprodução de textos, fotografias e outros conteúdos publicados pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade Federal de Uberlândia (Dirco/UFU) é livre; porém, solicitamos que seja(m) citado(s) o(s) autor(es) e o Portal Comunica UFU.
>>>Leia também:
Palavras-chave: UFU Caminhos Mobilidade Internacional intercâmbio DRII
Política de Cookies e Política de Privacidade
REDES SOCIAIS