O eixo intestino-cérebro e sua relação com a saúde mental

A saúde mental tem sido um tema recorrente em pesquisas de psicologia ao longo do século atual. No entanto, a biologia trouxe um novo elemento para esses estudos: a microbiota intestinal. Anteriormente conhecida como flora intestinal, essa comunidade de microrganismos, principalmente bactérias, está presente em tecidos saudáveis, incluindo o cólon, a pele e outras mucosas.

Mas qual a relação entre a saúde mental e a microbiota? Essa pergunta pode ser respondida a partir da constatação de que todos os mecanismos do corpo humano estão interligados. Assim, os sistemas digestivo e nervoso possuem uma conexão conhecida como eixo intestino-cérebro.

Esse eixo é uma complexa via de comunicação que conecta o sistema nervoso central, responsável pelo controle do cérebro e da medula espinhal, ao sistema nervoso entérico, que regula as funções do trato gastrointestinal. Essa conexão bidirecional é fundamental para a interação entre o cérebro e intestino, permitindo que exista uma influência mútua entre esses sistemas.

A conexão é estabelecida por meio de um extenso conjunto de nervos, neurotransmissores e mensageiros químicos que atuam como uma rede de comunicação entre o cérebro e o intestino. Por outro lado, o intestino também envia sinais ao cérebro, por meio de neurotransmissores como a serotonina e o GABA (ácido gama-aminobutírico), que influenciam no humor, no comportamento e na resposta ao estresse.

Além disso, a microbiota desempenha outro papel importante nessa comunicação. Os microrganismos presentes no sistema digestivo influenciam a função cerebral e a saúde emocional com base no que é ingerido como alimento.

O documentário “Os Segredos da Alimentação” (2024), disponível na Netflix, destaca a relevância da alimentação consciente para regulação da microbiota. No processo da alimentação, nem sempre o alimento em si é o fator determinante: os pesquisadores consultados enfatizam a importância de compreender a saúde intestinal para adaptar as próprias dietas. Desse modo, é pouco efetivo o uso de medicamentos, suplementos e vitaminas, uma vez que, no intestino, há micróbios que não têm interesse nessas substâncias, mas em comida.

Para saber mais sobre a relação entre a microbiota intestinal e o cérebro e explorar práticas alimentares que sejam benéficas para a saúde mental, o episódio #120 do podcast "Ciência ao Pé do Ouvido" conversou com Glauber Pimentel Florêncio, pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

O episódio está disponível nas principais plataformas de podcast e também aqui no portal Comunica UFU. Para o ouvinte que deseja enviar uma mensagem com perguntas, sugestões de temas ou até mesmo elogios e sugestões, basta entrar em contato pelo Whatsapp (34) 99948-4655.

O "Ciência ao Pé do Ouvido" é produzido pela Divisão de Divulgação Científica da Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU) e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

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