Ecossistema conectado: como solos gelados afetam o Brasil?

O que a Antártida, a Cordilheira dos Andes e a Floresta Amazônica têm em comum? Esses lugares se relacionam de uma forma que muitas vezes não sabemos. A Antártida é um grande exportador de correntes frias que afetam principalmente a América do Sul, que é o continente mais próximo. Isso converge em chuvas aqui no Brasil e, para além das correntes geladas, existem outros aspectos que afetam direta e indiretamente o meio ambiente.

A Amazônia, por exemplo, é o maior reservatório de água doce do mundo e suas cabeças d’água estão nos Andes, que são áreas elevadas e frias. Os solos desses lugares são extremamente importantes, porque eles fazem com que as áreas na beira dos rios amazônicos sejam férteis e gerem plantio.

Eduardo Senra é engenheiro florestal e professor na Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Ele tem pós-doutorado em Solos e Nutrição de Plantas e integra o grupo Terrantar, que se formou há 20 anos, buscando investigar o funcionamento e a complexidade dos ecossistemas terrestres da Antártida, com pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e instituições parceiras do Brasil, como a UFU, e do exterior.

Dentre as expedições, Senra e demais integrantes do grupo já estiveram em diversas regiões geladas para realizar os estudos, como na Estação Antártica Comandante Ferraz, base brasileira de pesquisas no continente, e na Cordilheira dos Andes. “Todas as massas de ar frio que afetam o Sul e Sudeste do Brasil estão interligadas com essas áreas frias. Grande parte das nossas pesquisas depende de um monitoramento contínuo. Portanto, é fundamental que possamos coletar com frequência os dados que, após o processamento, ajudam a interpretar com que intensidade estão ocorrendo as alterações e, principalmente, projetar os impactos futuros não só para o continente antártico, mas também para áreas adjacentes", ressalta o pesquisador.

O episódio #136 do "Ciência ao Pé do Ouvido" conversa com Senra sobre a importância dos estudos dos solos gelados, além de outros aspectos que envolvem as expedições do grupo. Ele está disponível nas principais plataformas de podcast e também aqui no portal Comunica UFU. 

Para o ouvinte que deseja enviar uma mensagem com perguntas, sugestões de temas ou até mesmo elogios e sugestões, basta entrar em contato pelo WhatsApp (34) 99948-4655. O "Ciência ao Pé do Ouvido" é produzido pela Divisão de Divulgação Científica da Diretoria de Comunicação Social (Dirco/UFU) e conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig).

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